Durante entrevista coletiva em Jacarta, na Indonésia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta sexta-feira (24) que espera um encontro “tranquilo” e produtivo com o presidente Donald Trump, marcado para domingo (26), na Malásia. A reunião deve abordar as tarifas abusivas impostas pelos Estados Unidos a produtos brasileiros e buscar restabelecer o diálogo entre as duas maiores economias do hemisfério.
Provocado por um repórter da CNN Brasil sobre o que o Brasil poderia “oferecer” em troca de uma trégua comercial, Lula respondeu de forma firme que o país não tem nada a oferecer além do respeito mútuo. “Eu não disse que vou oferecer nada. Eu disse que na conversa não existe veto a nenhum assunto”, afirmou o presidente, rebatendo a tentativa de distorção.
O presidente explicou que o encontro abordará uma pauta ampla, que pode incluir desde a situação em Gaza e na Ucrânia até temas de energia, meio ambiente e minerais estratégicos. “Podemos discutir qualquer coisa. O importante é manter o diálogo aberto e respeitoso entre nações soberanas”, declarou Lula, reforçando a disposição de tratar de igual para igual com Washington.
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O principal ponto da conversa, contudo, será a sobretaxa de até 40% aplicada por Trump sobre exportações brasileiras, uma medida que Lula classificou como “infundada e política”. O presidente criticou o argumento usado pelos EUA e lembrou que, nos últimos 15 anos, os Estados Unidos acumularam superávit de US$ 410 bilhões no comércio com o Brasil, desmontando a tese de desequilíbrio.
Lula também rechaçou as justificativas de Washington que alegam “problemas de direitos humanos” no país, lembrando que o Brasil é uma democracia consolidada, onde quem comete crimes é julgado e punido conforme a lei. “A tese usada para taxar o Brasil não tem base em nenhuma verdade”, destacou.
O encontro entre Lula e Trump ocorrerá à tarde, em Kuala Lumpur, durante a 47ª Cúpula da ASEAN, e será acompanhado por ministros da área econômica e de relações exteriores. A reunião é vista como um teste diplomático importante para o fortalecimento do papel do Brasil no Sul Global e na defesa de uma ordem mundial mais justa e multipolar.
Com informações do DCM
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