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A ofensiva tarifária de Donald Trump contra o Brasil pode ter despertado, sem querer, uma oportunidade histórica para o país: a internacionalização do Pix. Criado pelo Banco Central do Brasil, o sistema de pagamentos instantâneos tem incomodado os gigantes do setor financeiro dos Estados Unidos, especialmente as operadoras de cartões de crédito, que há décadas lucram com altas taxas e domínio global.
O Pix é rápido, seguro, regulado e extremamente popular no Brasil. Tornou-se uma alternativa poderosa às maquininhas e às tarifas abusivas cobradas de pequenos comerciantes. Agora, o questionamento norte-americano pode ser lido como um reconhecimento involuntário de que o Brasil desenvolveu um sistema eficiente que ameaça o status quo global — e isso abre uma janela de ação concreta.
O mundo vive um processo de busca por alternativas à hegemonia do dólar, desgastada por sucessivas sanções arbitrárias impostas por Washington e pela instabilidade da política externa estadunidense. Criptomoedas como o Bitcoin ainda não se mostraram viáveis como padrão monetário global. Nesse vácuo, o Pix surge como uma solução de Estado, madura, confiável e adaptável às realidades nacionais.
Mais do que uma ferramenta de pagamento, o Pix é um ativo geopolítico. Seu desenvolvimento por uma instituição pública — o Banco Central do Brasil — mostra a capacidade técnica do Estado brasileiro. Internacionalizar essa tecnologia pode alçar o Brasil a um novo patamar de influência, especialmente entre países do Sul Global que buscam autonomia financeira frente aos grandes centros de poder.
Para que isso aconteça, é preciso ação coordenada. Um plano diplomático e técnico deve ser colocado em prática com discrição e firmeza. O Banco Central e o Itamaraty devem liderar esse processo: um cuidando da transferência de tecnologia, o outro articulando alianças estratégicas com blocos como o Mercosul, os BRICS, ou parceiros africanos e asiáticos. A participação de bancos nacionais e fintechs também pode impulsionar essa expansão.
Se bem conduzido, o Pix pode se tornar não apenas um símbolo de inovação brasileira, mas uma arma diplomática poderosa, capaz de reforçar a soberania financeira de diversos países. A provocação de Trump pode ter sido, sem querer, o pontapé que faltava para o Brasil liderar uma revolução silenciosa no sistema financeiro global.
Com informações do Brasil 247/ Artigo de Rafael Dantas
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