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O economista e prêmio Nobel Paul Krugman voltou a criticar duramente o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, após a imposição de tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros. Em artigo publicado nesta sexta-feira (1º), Krugman classificou a medida como ilegal, absurda e politicamente desastrosa, afirmando que os EUA estão usando o comércio como ferramenta de chantagem contra países que não se alinham aos interesses do trumpismo.
Krugman destacou o caso brasileiro como o mais escancarado, afirmando que não há justificativa legal para a sanção, que foi motivada pela tentativa de punir o Brasil por julgar Jair Bolsonaro. “Nem o advogado mais ardiloso e sem escrúpulos conseguiria justificar tarifas contra um país apenas porque o presidente dos EUA não gosta do que o Judiciário de lá está fazendo”, escreveu o economista, apontando o autoritarismo por trás da decisão.
Ele lembrou que os EUA representam apenas 12% das exportações brasileiras e ironizou a ideia de que Washington conseguiria intimidar um país com mais de 200 milhões de habitantes. “Trump sofre de delírios de grandeza se acha que vai fazer o Brasil abandonar sua defesa da democracia com ameaças comerciais”, provocou.
Krugman também ridicularizou as exceções feitas por Trump, como a exclusão do suco de laranja das tarifas — 90% importado do Brasil — enquanto itens como café foram taxados. “Isso prova que quem paga a conta das tarifas são os consumidores americanos, e não os exportadores estrangeiros”, apontou. “E, sejamos honestos: café é um nutriente essencial, suco de laranja não.”
Para o Nobel, a tentativa de pressionar o Brasil saiu pela culatra. Assim como no Canadá, onde medidas semelhantes fortaleceram o governo progressista, Trump acabou impulsionando a popularidade do presidente Lula. “Trump acha que governa o mundo, mas não tem nem o ’suco’ — nem de laranja, nem de poder real”, finalizou Krugman, com ironia.
Com informações do G1
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