31/7/2025 14:42

Interferência dos EUA fortalece STF e agrava caso de Bolsonaro

3062 visitas - Fonte: Plantão Brasil

A tentativa do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de interferir no julgamento que envolve Jair Bolsonaro por tentativa de golpe deve ter efeito oposto ao pretendido. Ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal planejam deixar claro em seus votos que a soberania nacional e a independência do Judiciário não se curvam à pressão externa. A avaliação é de que a ofensiva do governo norte-americano apenas fortalece a necessidade de punição firme contra os golpistas.

No centro da tensão está o deputado Eduardo Bolsonaro, suspeito de articular sanções junto à Casa Branca contra o ministro Alexandre de Moraes e outros integrantes da Corte. A Polícia Federal já investiga o parlamentar por tentativa de obstrução de Justiça e coação no curso do processo. A expectativa é de que, após o julgamento do núcleo central da trama golpista, previsto para setembro, Eduardo possa ser denunciado formalmente ao STF.

Para advogados de defesa de acusados no processo do golpe, a atitude de Trump pode até endurecer as penas contra Bolsonaro. Um deles afirmou que, com a escalada da pressão internacional, “reduz-se qualquer chance de clemência ou indulto”. A Lei Magnitsky, usada de forma distorcida para sancionar Moraes, é vista pelos ministros como uma afronta à institucionalidade brasileira e será usada como exemplo da gravidade do caso.

A resposta do Supremo já começou. Alexandre de Moraes, relator do processo, votou pela manutenção de medidas cautelares contra Bolsonaro e classificou a postura dos EUA como “grave violação à soberania nacional”. Flávio Dino foi ainda mais direto, chamando a atitude de Trump de “sequestro da economia brasileira” e sugerindo que a pressão foi feita para livrar Bolsonaro da cadeia. O ministro afirmou que esse episódio deve ser estudado até em universidades americanas pelo seu caráter “esdrúxulo”.

Mesmo ministros considerados mais cautelosos, como Luiz Fux e Cristiano Zanin, condenaram a ingerência internacional. O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, publicou carta oficial defendendo uma resposta firme e técnica, e frisou que a compreensão dos EUA sobre o caso é “imprecisa”. Dentro do tribunal, há consenso de que a estratégia bolsonarista internacional não enfraquece o julgamento, mas torna a defesa da democracia ainda mais urgente.

Enquanto Eduardo Bolsonaro segue nos Estados Unidos articulando sanções contra seu próprio país, os ministros do STF se mostram coesos. O julgamento do caso em setembro tende a se transformar num marco da reafirmação da soberania brasileira e do repúdio a qualquer tentativa de chantagem estrangeira em favor de criminosos golpistas.

Com informações do Brasil 247

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