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Mais de cem universidades dos Estados Unidos, incluindo nomes de peso como Harvard, Princeton e Brown, se uniram contra o autoritarismo de Donald Trump, que tenta usar o governo para sufocar a autonomia do ensino superior. A mobilização ganhou força após Harvard processar formalmente a administração republicana, acusando o ex-presidente de usar ameaças políticas e cortes de verbas como forma de coerção ideológica.
Trump voltou à Casa Branca promovendo uma caçada às instituições que defendem pautas progressistas ou que se recusam a se curvar à sua cartilha extremista. Entre as táticas, estão investigações arbitrárias, ameaças de revisão de isenções fiscais e bloqueio de bilhões em recursos federais para universidades como Columbia, Cornell, Northwestern e Princeton. Columbia, por exemplo, foi forçada a aceitar medidas como patrulhamento interno e censura acadêmica.
Harvard, ao contrário, decidiu enfrentar o autoritarismo trumpista com firmeza. O presidente da universidade, Alan Garber, denunciou a tentativa de controle sem precedentes por parte do governo e afirmou que a instituição não abrirá mão de sua independência. A universidade apresentou um processo de 51 páginas, acusando o governo de violar a liberdade de expressão garantida pela Primeira Emenda da Constituição e exigindo o fim imediato das ameaças de corte de verbas.
O cerco promovido por Trump é claramente ideológico. Harvard alega que o governo não apresentou qualquer justificativa racional para relacionar a suposta negligência com o combate ao antissemitismo a cortes em pesquisas médicas e científicas vitais para o país. A ação judicial busca impedir que a educação e a ciência sejam submetidas a interesses políticos de extrema-direita.
Mesmo com orçamento robusto — Harvard fechou 2024 com US$ 64 bilhões em caixa —, a universidade alerta que os cortes afetariam de forma desigual seus departamentos e poderiam paralisar projetos essenciais. A maior parte dos recursos federais vem do Departamento de Saúde, e sua ausência comprometeria pesquisas médicas e tecnológicas fundamentais.
A resistência de Harvard inspira outras instituições, que agora se levantam contra um governo que tenta censurar, intimidar e controlar a produção acadêmica. A luta é também simbólica: proteger o conhecimento, a ciência e a liberdade diante do avanço do obscurantismo.
Com informações de O Globo
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