21/4/2025 15:21

Fake news bolsonarista usa Correios e Gilberto Gil para atacar a cultura

4235 visitas - Fonte: Plantão Brasil

Grupos bolsonaristas espalharam mais uma campanha de desinformação entre os dias 7 e 9 de abril de 2025, desta vez usando como alvo o cantor Gilberto Gil e os Correios. A ofensiva teve como pretexto o patrocínio de R$ 4 milhões da estatal à turnê “Tempo Rei”, do artista baiano. A iniciativa, completamente legal e amparada por políticas públicas de fomento à cultura, foi distorcida por fake news que circularam principalmente no WhatsApp e Telegram.

Segundo a empresa Palver, especializada em monitoramento de redes, o disparo das mensagens começou no dia 8 pela manhã e mostrou sinais claros de ação coordenada. Os conteúdos repetiam as mesmas informações falsas, com horários semelhantes e foram difundidos por canais já conhecidos por atuarem como braços da extrema direita digital.

A estratégia de desinformação usou de artifícios conhecidos: omissão de dados, apelos emocionais e teorias conspiratórias. Um dos absurdos chegou a sugerir que o patrocínio à turnê teria custeado o tratamento de saúde de Preta Gil, filha do cantor, nos Estados Unidos — uma mentira escancarada e sem qualquer vínculo com a realidade.

Outras mensagens chegaram ao cúmulo de alegar que Preta Gil faria parte de um complô internacional ligado à USAID, agência de cooperação norte-americana. A campanha ganhou força em redes privadas, foi amplificada por blogs de direita e terminou nas mãos de influenciadores e parlamentares bolsonaristas que repetem a velha tática de levantar falsas suspeitas para tumultuar o debate público.

A tática é parte da guerra cultural da extrema direita, que se aproveita de qualquer oportunidade para atacar artistas, intelectuais e referências da cultura popular com viés progressista. Gilberto Gil, além de ícone da música brasileira, tem uma história marcante como ex-ministro da Cultura e defensor da diversidade e da liberdade artística.

Apesar da onda de mentiras, o patrocínio segue todas as normas legais e representa uma política pública de valorização da cultura. Em 1997, Gil cantou sobre as possibilidades da internet. Em 2025, vê seu nome envolvido numa rede de ódio e fake news — simplesmente por representar um Brasil mais humano e democrático.
Com informações do DCM

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