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A Polícia Federal intimou o diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Luiz Fernando Corrêa, para prestar depoimento nesta quinta-feira (17) no inquérito que apura o uso ilegal da agência durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. A investigação envolve um esquema de espionagem clandestina que teria sido operado por aliados do ex-mandatário para fins políticos, em grave violação das normas institucionais do Estado brasileiro.
A oitiva de Corrêa é considerada decisiva, uma vez que a PF investiga a possibilidade de obstrução por parte da atual gestão da Abin no andamento das apurações. Além disso, há suspeitas de que a direção atual da agência possa ter autorizado ou acobertado a continuidade de ações de monitoramento ilegal, incluindo operações contra autoridades do Paraguai — prática que, se confirmada, representa um risco às relações diplomáticas e à legalidade das ações de inteligência.
Durante o governo Bolsonaro, vieram à tona denúncias de que a Abin teria sido transformada em um instrumento de vigilância contra ministros do STF, jornalistas e outras figuras públicas tidas como opositoras do então presidente. Agora, a investigação se volta também para a conduta da nova administração da agência, a fim de apurar se há tentativas de ocultar provas ou dificultar o acesso a dados sensíveis que envolvem figuras do bolsonarismo.
O caso da chamada “Abin paralela” é tratado com prioridade por envolver o desvio de finalidades institucionais de um dos órgãos centrais do sistema de inteligência nacional. O envolvimento de membros da alta cúpula do governo Bolsonaro, incluindo seu filho Carlos Bolsonaro, já levou a depoimentos e quebras de sigilos autorizadas pelo Supremo Tribunal Federal, sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes.
A intimação de Luiz Fernando Corrêa ocorre num momento em que o país busca restaurar a confiança nas instituições públicas após anos de ataques, abusos e aparelhamento bolsonarista. O silêncio da Abin diante dos questionamentos públicos apenas aumenta a pressão por respostas claras e por uma responsabilização exemplar dos envolvidos em eventuais irregularidades.
Com informações do g1
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