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Em uma nova denúncia que escancara as contradições da elite política brasileira, 22 motoristas foram encontrados em condições análogas à escravidão no Centro de Distribuição e Apoio do Grupo Zema, pertencente à família do governador Romeu Zema (Novo), em Araxá (MG). A fiscalização realizada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, com apoio do Ministério Público do Trabalho e da Polícia Rodoviária Federal, constatou jornadas de até 26 horas seguidas, ausência de descanso e péssimas condições de trabalho.
Os trabalhadores, todos terceirizados da transportadora Cidade das Águas, prestavam serviços exclusivamente para a Eletrozema, empresa do grupo familiar. Apesar da terceirização, o controle das rotas, horários e cargas era feito diretamente pelo Grupo Zema. Relatos mostram motoristas dormindo na boleia do caminhão, sem intervalos para alimentação, e com escalas que comprometiam a saúde física e mental dos empregados.
O auditor fiscal Rogério Reis afirmou que o Grupo Zema sabia, mesmo que indiretamente, das jornadas abusivas, já que os caminhões eram monitorados por GPS e a entrada e saída dos motoristas era registrada. Os depoimentos dos trabalhadores revelam um cenário de exploração extrema: ausência de FGTS, jornadas de até 19 horas diárias e impactos familiares e psicológicos graves.
Mesmo diante das provas, a transportadora acionou a Justiça para impedir o cumprimento das determinações do MTE. Conseguiu liminar temporária, mas perdeu a validade em 27 de março. Com isso, os contratos serão encerrados e as verbas rescisórias pagas em 14 de abril. O MTE afirmou que todas as etapas foram devidamente explicadas à empresa.
Romeu Zema, que segue atuando no conselho do Grupo Zema e tomando decisões empresariais, não foi autuado diretamente devido à legislação da terceirização imposta pela reforma trabalhista, mas a responsabilidade moral e política é evidente. Zema já foi acusado anteriormente de fazer apologia ao trabalho escravo ao sugerir, em vídeo, que um salário mínimo bastaria para explorar a miséria de regiões pobres de Minas.
Minas Gerais lidera a “lista suja” do trabalho escravo no Brasil, e o governo Zema, além de não divulgar os dados em seu portal oficial como manda a lei, segue encobrindo práticas que violam frontalmente os direitos humanos.
Com informações do DCM
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