14/4/2025 09:51

Facções dominam internet em comunidades e expulsam empresas

235 visitas - Fonte: Plantão Brasil

O avanço de facções criminosas sobre o fornecimento clandestino de internet tem exposto o abandono de regiões inteiras pelo poder público. Grupos armados estão expulsando provedores legalizados com ameaças e violência, assumindo o controle da conexão digital em bairros do Rio de Janeiro, Pará e Ceará. No lugar de serviços regulados e seguros, redes ilegais se espalham, comprometendo a segurança dos usuários.

Apenas no Rio de Janeiro, a Polícia Civil já abriu mais de 120 investigações desde o ano passado. Técnicos relatam ameaças com armas e mensagens intimidadoras, como as enviadas por membros do Terceiro Comando Puro (TCP), ligado a Álvaro Malaquias Santa Rosa, o Peixão. O recado de que “ninguém deve passar por cima da ordem” é o novo “regulamento” imposto nas áreas dominadas.

O problema não é isolado. No Pará, o Comando Vermelho foi associado ao incêndio de um carro de empresa provedora em Ananindeua. No Ceará, 13 ataques em apenas seis semanas obrigaram 15 empresas a deixar a cidade de Caridade, deixando 16 mil pessoas sem acesso à internet, um serviço essencial à cidadania.

Além da violência, há sérios riscos digitais. Redes clandestinas operam sem qualquer tipo de fiscalização, permitindo o roubo de dados, monitoramento ilegal de usuários e propagação de golpes e vírus. A ausência de regulamentação transforma essas redes em terreno fértil para crimes virtuais.

Segundo a Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações (Abrint), trata-se de um problema de segurança nacional. “Estamos falando da infraestrutura de comunicação do país sendo tomada por organizações criminosas”, alertou Mauricélio Oliveira, presidente da entidade.

Diante desse cenário, fica evidente a urgência de um Estado mais presente, com investimentos em segurança pública, inclusão digital e enfrentamento das facções. Um país democrático não pode tolerar que milicianos e traficantes controlem um serviço essencial à população.

Com informações do DCM

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