14/4/2025 09:30

Noboa usa o Estado para vencer eleição e manter domínio das elites no Equador

371 visitas - Fonte: Plantão Brasil

Daniel Noboa, presidente de extrema-direita do Equador, foi reeleito neste domingo (13) após uma campanha marcada por repressão, uso político de instituições eleitorais e estado de exceção. Com 90% das urnas apuradas, Noboa recebeu 55,8% dos votos, enquanto a candidata de esquerda Luisa González, da Revolução Cidadã, obteve 44,1%. Luisa não reconheceu o resultado e denunciou fraude eleitoral, apontando que o presidente usou o Conselho Nacional Eleitoral e o Tribunal Contencioso Eleitoral como instrumentos da sua campanha.

No sábado anterior à votação, Noboa decretou estado de emergência em 8 províncias e 22 cidades, suspendeu direitos civis e instituiu toque de recolher. A medida foi vista pela oposição como uma manobra autoritária para garantir a própria reeleição. Luisa afirmou que o governo de Noboa atropelou a democracia para forjar uma vitória ilegítima.

Daniel Noboa, herdeiro de um império bilionário, representa os interesses das elites empresariais e propõe mais repressão como resposta à crise. Seu novo mandato prevê ampliar o estado de exceção, construir mais presídios de segurança máxima e permitir novamente a instalação de bases militares estrangeiras, proibidas desde 2008. Apesar de todo o aparato, o país registra recordes de homicídios e uma grave crise nos presídios, com mais de 450 mortes desde 2021.

Além da violência, Noboa enfrentará os apagões diários que afetam o Equador desde o fim de 2024. O país já acumula perdas de US$ 1,5 bilhão por causa da crise energética. Mesmo com o caos, o governo insiste na abertura ao capital privado no setor elétrico, contrariando a Constituição, que reserva a gestão à esfera pública.

Em seu discurso, Noboa tentou soar vitorioso e ignorar as denúncias, dizendo que “o povo já escolheu”. No entanto, a oposição denuncia que as eleições foram desequilibradas desde o primeiro turno, com manipulações estatais em favor do atual presidente. A candidata Luisa González, respaldada por setores progressistas, promete contestar os resultados e já mobiliza sua base para denunciar os abusos.

A vitória de Noboa representa mais quatro anos de neoliberalismo fracassado, repressão e retrocessos. O Equador volta a ser governado por um setor empresarial que falhou em entregar segurança, estabilidade econômica e respeito aos direitos básicos da população.

Com informações do DCM

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