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Enquanto a extrema direita tenta desesperadamente emplacar um perdão coletivo para os golpistas do 8 de janeiro, o governo federal, o STF e aliados do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), atuam para frear o avanço do projeto de anistia. A proposta, defendida por bolsonaristas radicais, busca livrar de qualquer punição os responsáveis pelos atentados contra os Três Poderes, mas encontra forte resistência institucional e baixa adesão popular.
Segundo a jornalista Camila Bomfim, do g1, a principal tática de Motta é impedir a tramitação da proposta, mesmo com a pressão crescente de aliados de Jair Bolsonaro. Um acordo entre Motta e o PL previa que o tema só seria levado adiante caso o partido não pressionasse pela urgência — acordo esse que foi rompido por Sóstenes Cavalcante, atual líder do PL, que insiste em retomar a estratégia golpista.
A tentativa de obstrução promovida pelo PL não só fracassou como abriu espaço para a votação de projetos mais relevantes. Sem unidade, a oposição bolsonarista se fragmenta e vê suas assinaturas pró-anistia minguarem, especialmente diante da articulação do governo e do fortalecimento do campo democrático no Congresso.
O maior obstáculo para os golpistas, porém, é político. A relação entre Hugo Motta e o PL azedou de vez após críticas públicas e ameaças do pastor Silas Malafaia, que desferiu ataques ao presidente da Câmara. A aliança que Bolsonaro tentou costurar virou ruína, e Motta agora se afasta da pressão bolsonarista.
Com o recesso da Páscoa, os trabalhos legislativos ficam temporariamente suspensos, mas a tensão deve aumentar na volta. O STF irá julgar o segundo núcleo da organização criminosa bolsonarista envolvida na tentativa de golpe, o que promete novos reveses para os aliados do ex-presidente.
Além disso, o julgamento de Débora dos Santos, uma das participantes dos acampamentos golpistas, servirá de parâmetro para o endurecimento ou revisão das penas. Isso enfraquece ainda mais o discurso da anistia e isola os que insistem em proteger criminosos que atacaram a democracia.
Com informações
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