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Em mais um movimento de submissão aos interesses dos Estados Unidos, o presidente argentino de extrema-direita Javier Milei afirmou que irá “harmonizar tarifas” para facilitar a entrada de cerca de 50 produtos norte-americanos na Argentina. O anúncio foi feito durante o ultraconservador American Patriots Gala, promovido no resort de Donald Trump, em Mar-a-Lago, na Flórida, onde Milei foi agraciado com o prêmio “Leão da Liberdade”.
O gesto de aproximação com os EUA vem acompanhado de pressões crescentes por um rompimento com a China, especialmente no que diz respeito à linha de swap cambial, essencial para a sobrevivência econômica argentina. Atualmente, mais de 70% das reservas brutas do Banco Central argentino dependem do crédito chinês. Washington, porém, quer ver esse laço rompido. Aliados de Trump, como Maurice Claver-Carone, já declararam que os EUA só apoiarão a Argentina em organismos como o FMI se Milei romper o vínculo financeiro com Pequim.
A contradição é gritante: ao mesmo tempo em que tenta se vender como bastião “anticomunista”, Milei governa um país afundado em crise que depende da China para manter a estabilidade cambial e evitar o colapso econômico. Mesmo assim, insiste em alinhar-se ideologicamente a Trump e à extrema-direita norte-americana, mesmo que isso isole ainda mais a Argentina na cena internacional.
O pacote tarifário de Trump, anunciado recentemente, atinge mais de 60 países, incluindo o Brasil e a própria Argentina. Apesar disso, o governo Milei comemorou a tarifa de 10% imposta a Buenos Aires como sinal de “boas relações” com Washington — embora a mesma taxa tenha sido aplicada a outros países sem nenhuma afinidade ideológica com o ex-presidente dos EUA.
Além de ignorar os impactos negativos da política de Trump sobre a economia argentina, Milei ameaça romper com o Mercosul para viabilizar um acordo bilateral com os EUA, o que é proibido pelas regras do bloco. O presidente afirmou que já cumpriu nove das 16 exigências dos Estados Unidos e que seguirá ajustando os regulamentos argentinos conforme as ordens de Trump.
Com informações do UOL
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