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O ex-presidente Jair Bolsonaro admitiu ter discutido com militares sobre medidas excepcionais para anular as eleições e prender ministros do STF. O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias, classificou a declaração como uma “confissão de culpa” e afirmou que Bolsonaro tentou se proteger dos depoimentos dos comandantes militares, mas acabou se incriminando.
Na entrevista à Folha, Bolsonaro reconheceu ter avaliado mecanismos como estado de defesa e estado de sítio para reverter sua derrota em 2022. “Golpe não tem Constituição”, declarou, tentando justificar a ilegalidade da trama. Lindbergh rebateu, lembrando que esses dispositivos servem para garantir a ordem pública, e não para subverter a democracia.
A situação jurídica do ex-presidente se complica ainda mais. Réu no STF e alvo de múltiplas investigações, Bolsonaro pode pegar mais de 40 anos de prisão por crimes como tentativa de golpe de Estado e organização criminosa. Sua tentativa de se defender, segundo analistas, apenas reforçou as provas contra ele.
Além disso, a entrevista mostrou o desespero do ex-presidente diante da delação de seu ex-ajudante de ordens, Mauro Cid, que o acusou de ordenar a falsificação de seu cartão de vacinação. Bolsonaro negou, mas a Procuradoria-Geral da República já sinalizou que outras investigações podem seguir adiante.
A tentativa de Bolsonaro de reconstruir sua narrativa foi vista como um fracasso até mesmo por aliados. O tom defensivo e as contradições demonstram que o ex-presidente está encurralado. Sua estratégia de comunicação, antes eficiente entre sua base radical, já não tem o mesmo efeito. O ex-capitão, outrora arrogante, agora parece um homem acuado, consciente de que o cerco se fecha rapidamente.
O réu Jair Bolsonaro com essa entrevista a @folha pretendia criar uma vacina contra os depoimentos dos comandantes militares que narraram reuniões em que ele apresentava a minuta do golpe com anulação das eleições e prisão do ministro do STF Alexandre de Moraes. O tiro saiu pela…
— Lindbergh Farias (@lindberghfarias) March 29, 2025