7/2/2025 13:43

Haddad critica Selic elevada e reforça compromisso com ajuste fiscal

843 visitas - Fonte: PlantãoBrasil

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, enfatizou nesta sexta-feira (7) a necessidade de uma condução cuidadosa da política monetária para evitar impactos negativos na economia. Em entrevista à Rádio Cidade, de Caruaru (PE), ele comparou o controle da taxa de juros ao uso de medicamentos, destacando que medidas extremas podem comprometer o crescimento do país.

“Os juros ajudam, mas dependem do momento e da dose. Se há um repique inflacionário, é preciso corrigir, e, muitas vezes, isso significa aumentar a taxa de juros para conter a alta de preços. No entanto, tudo deve ser feito com equilíbrio. Você não pode tomar uma cartela inteira de antibiótico em um dia nem pular doses. É a mesma lógica na economia”, explicou Haddad.

No último dia 29, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu elevar a taxa Selic em 1 ponto percentual, para 13,25% ao ano. Foi a quarta alta consecutiva e a primeira sob o comando do novo presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo. Haddad criticou a decisão, alertando que juros elevados podem desacelerar excessivamente a economia. O presidente Lula também comentou o tema, apontando que a transição no BC exige cautela: “Não podemos dar um cavalo-de-pau em um navio do tamanho do Brasil”, afirmou.

Além do impacto dos juros, Haddad reforçou que o governo está comprometido em reequilibrar as contas públicas, corrigindo distorções fiscais herdadas de gestões anteriores. “O déficit acumulado nos dois governos passados foi de quase R$ 2 trilhões. A dívida pública disparou desde que o presidente Lula deixou o Planalto em 2010. Estamos corrigindo isso”, afirmou.

O ministro também destacou a necessidade de justiça tributária, mencionando medidas adotadas para tributar grandes patrimônios que antes escapavam da cobrança de impostos. “Enquanto ampliamos a faixa de isenção do Imposto de Renda para trabalhadores, passamos a cobrar tributos de milionários que mantinham recursos em paraísos fiscais, algo que o governo anterior não teve coragem de fazer”, concluiu.

Com informações do Brasil247

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