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O jornalista Jim Acosta, um dos mais ferozes críticos de Donald Trump, anunciou sua saída da CNN nesta terça-feira (28), após 18 anos de serviço. Acosta, que cobriu diversos presidentes americanos e se tornou conhecido por seu compromisso com a verdade e o jornalismo investigativo, recusou uma proposta de transferência para um horário menos relevante na grade da emissora, que exigiria sua mudança de Washington para Los Angeles.
Em seu discurso de despedida, Acosta reforçou seu compromisso com a imprensa livre, relembrando momentos marcantes de sua carreira, como quando questionou o então presidente de Cuba, Raúl Castro, sobre prisioneiros políticos. "Nunca é um bom momento para se curvar a um tirano", declarou o jornalista, em um recado direto a Trump e outros líderes autoritários.
Sua saída acontece em meio a um período de reestruturação da CNN, que muitos interpretam como uma tentativa da emissora de se distanciar das críticas ao ex-presidente. Nos últimos anos, jornalistas mais incisivos contra Trump foram deslocados ou dispensados, enquanto a emissora busca se aproximar de setores mais conservadores da audiência.
Acosta e Trump protagonizaram embates históricos durante o governo do republicano. Em 2018, o jornalista teve sua credencial suspensa pela Casa Branca após desafiar Trump em uma coletiva de imprensa sobre imigração e interferência russa nas eleições de 2016. Na ocasião, o então presidente atacou Acosta publicamente: "A CNN deveria ter vergonha de ter você trabalhando para eles", disse Trump. "Você é uma pessoa rude e terrível", completou, em um de seus frequentes ataques à imprensa crítica ao seu governo.
O jornalista foi um dos primeiros a denunciar o uso da máquina pública por Trump para espalhar desinformação e minar a credibilidade da mídia. Desde então, tornou-se alvo frequente do ex-presidente, que voltou a atacá-lo após seu anúncio de demissão, chamando-o de "perdedor" e afirmando que ele "vai fracassar em qualquer lugar".
A saída de Acosta reflete o ambiente hostil que Trump tem fomentado contra a imprensa livre, caracterizando veículos críticos como "fake news" e perseguindo jornalistas que expõem suas mentiras e escândalos. Durante seu mandato, ele promoveu ataques sistemáticos à liberdade de imprensa, estimulando a violência contra repórteres e descredibilizando o trabalho jornalístico em prol de sua agenda autoritária.
A postura de Trump não apenas coloca a democracia americana em risco, mas também serve de inspiração para regimes autoritários ao redor do mundo, que seguem a mesma cartilha de repressão à mídia crítica.
Apesar do cenário adverso, Acosta afirmou que não se calará. Em sua despedida, deixou uma mensagem clara ao público: "Segurem-se à verdade e à esperança". A expectativa é que ele continue atuando no jornalismo investigativo, denunciando os abusos do poder e defendendo a integridade da informação em tempos de desinformação e censura disfarçada.
Com informações do g1
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