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Uma investigação conduzida pela Corregedoria da Polícia Militar de São Paulo revelou um esquema de corrupção envolvendo policiais da Rota e o Primeiro Comando da Capital (PCC). Segundo apuração publicada pelo Metrópoles, agentes cobravam uma "mensalidade" de R$ 600 mil para fornecer informações sigilosas e proteger líderes da facção criminosa na zona leste da capital paulista. Entre os beneficiados estariam figuras como Silvio Luiz Ferreira, o "Cebola", Claudemir Antonio Bernardino da Silva, o "Guinho", e Rafael Maeda Pires, o "Japa".
O esquema, iniciado em 2017, envolvia seis policiais militares, liderados por um agente conhecido como "Leão". Além da mensalidade fixa, os valores cobrados em situações extraordinárias eram ainda mais altos. Em 2020, durante a Operação Sharks, os PMs exigiram R$ 5 milhões para permitir a fuga de Marcos Roberto de Almeida, o "Tuta", então principal líder do PCC fora das prisões. Outro caso emblemático foi o de "Cebola", que escapou de uma operação do Ministério Público durante uma festa de aniversário, com auxílio direto dos policiais.
Os lucros gerados pelo esquema permitiram que "Leão" investisse em dois estabelecimentos comerciais na zona leste de São Paulo. Batizados de "Rota’s Bar", os empreendimentos em Jardim Helena e Itaquera incluíam uma adega e um restaurante. Mesmo após deixar a unidade, "Leão" continuou a receber pagamentos regulares, como se ainda fizesse parte do batalhão.
O envolvimento entre PMs da Rota e o PCC se intensificou em 2021, após um traficante revelar detalhes do esquema durante uma conversa informal com promotores dentro do batalhão. O depoimento, tratado pela facção como um sinal de segurança para fortalecer a cooptação de policiais, expôs a operação que permitiu a fuga de "Tuta", além de evidenciar o papel central de agentes corruptos nas ações ilícitas.
Essas revelações lançam luz sobre a fragilidade institucional e a complexidade das relações entre o crime organizado e setores da segurança pública em São Paulo.
Com informações do Brasil 247
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