10/1/2025 10:16

Mãe de jovem morto pela PM cobra Tarcísio: "Quero justiça e desculpas"

145 visitas - Fonte: Plantão Brasil

A médica intensivista Silvia Mónica Cárdenas Prado, mãe do estudante de medicina Marco Aurélio Cárdenas Acosta, morto pela Polícia Militar de São Paulo em novembro, fez um desabafo contundente em entrevista coletiva nesta quarta-feira (8). Silvia exigiu um pedido de desculpas do governador bolsonarista Tarcísio de Freitas, conhecido por sua postura permissiva em relação à violência policial. “Quero justiça. Quero desse miserável do Tarcísio ao menos um pedido de desculpas. A polícia mata, tapa como gato e continua sua vida, e quem chora é a mãe e o pai”, declarou emocionada.

O pai do jovem, Julio César Acosta Navarro, destacou que o crime teve motivação xenofóbica e racial, já que a família, de origem peruana e traços indígenas, vive no Brasil há mais de 20 anos. “Meu filho era moreno e morreu no Dia da Consciência Negra. Ele sempre foi um lutador, nasceu prematuro, mas cresceu com força e determinação. É inaceitável que a vida dele tenha sido tirada dessa forma.”

Marco Aurélio, de 22 anos, foi morto na madrugada de 20 de novembro de 2024, data que marca o Dia da Consciência Negra. O jovem estava hospedado em um hotel na Vila Mariana, em São Paulo, quando policiais alegaram que ele estava agitado e, após um desentendimento, o perseguiram e o alvejaram no peito. Imagens de câmeras de segurança mostram Marco Aurélio correndo sem camisa para o interior do hotel, seguido por PMs que usaram força excessiva durante a abordagem.

A confusão teria começado após o estudante dar um leve tapa no retrovisor da viatura policial. Durante a perseguição, os policiais alegaram que Marco tentou tomar a arma de um deles, justificativa usada para o disparo fatal. No entanto, as imagens não confirmam essa versão, gerando revolta na família e nos movimentos sociais.

Marco Aurélio era conhecido por sua inteligência e dedicação. Concluiu o ensino médio aos 15 anos e era o orgulho de sua família. Para sua mãe, a tragédia não é apenas uma perda pessoal, mas um retrato da violência e impunidade que assolam o Brasil sob a gestão de Tarcísio. “O racismo e a xenofobia mataram meu filho. É um sistema que desumaniza e elimina vidas valiosas”, afirmou Silvia.

A morte de Marco Aurélio reacendeu o debate sobre o uso excessivo da força pela Polícia Militar e a falta de respostas contundentes por parte do governo estadual. A família luta para que o caso não seja esquecido e que a justiça prevaleça.

Com informações da Fórum

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