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Indígenas Avá-Guarani da comunidade Yvy Okaju, em Guaíra (PR), enfrentam ataques violentos desde 29 de dezembro. Homens armados e encapuzados têm incendiado casas e plantações, disparado armas de fogo e utilizado bombas. Esses ataques deixaram feridos, incluindo uma criança e um adolescente, além de causar graves sequelas em outras vítimas. Um jovem, baleado no queixo, está internado em estado grave na UTI, enquanto outro foi atingido nas costas e pode ficar paraplégico.
Os ataques fazem parte de uma escalada de violência contra os Avá-Guarani, que vivem na Terra Indígena Tekoha Guasu Guavirá, alvo de conflitos fundiários devido a ações de retomada de terras ocupadas por fazendeiros. As agressões incluem ações de pistoleiros e interesses de imobiliárias, que pressionam para a exploração das terras. A comunidade vive em alerta constante, temendo novos ataques e a possibilidade de mortes.
Lideranças locais relatam o impacto devastador sobre as crianças e a comunidade, que enfrentam noites de terror, com medo de incêndios e tiros. Apesar de apelos às autoridades, medidas de segurança têm sido consideradas insuficientes. Em resposta, o Ministério da Justiça aumentou em 100% o efetivo da Força Nacional na região, enquanto o Ministério dos Povos Indígenas (MPI) condenou os atos e solicitou investigações imediatas sobre os grupos armados.
O histórico de conflitos territoriais dos Avá-Guarani remonta à década de 1930 e foi agravado pela construção da Usina Hidrelétrica de Itaipu nos anos 1980. A Terra Indígena Tekoha Guasu Guavirá teve seu processo de regularização retomado em 2023, após suspensão durante o governo anterior. No entanto, a instabilidade gerada pela lei do marco temporal tem aumentado a vulnerabilidade das comunidades.
A violência na região levou os indígenas a lançarem um pedido de socorro com a carta “S.O.S Aldeia Yvy Okaju corre risco de extermínio”, direcionada à ministra Sonia Guajajara. Eles pedem reforço na segurança, investigação dos ataques e punição aos responsáveis. A ausência de respostas eficazes aumenta a sensação de abandono e o temor de novas tragédias.
Organizações indígenas e lideranças locais enfatizam que a impunidade alimenta a continuidade dos ataques. A necessidade de ações concretas, tanto na proteção da comunidade quanto na regularização fundiária, é vista como essencial para conter a violência e garantir a dignidade dos povos indígenas.
Com informações da Fórum
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