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O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) denunciou à Justiça 16 pessoas, incluindo policiais militares da ativa e reformados e uma agente da Polícia Civil, por participação em um esquema criminoso envolvendo formação de milícia, lavagem de dinheiro e extorsão de ambulantes estrangeiros no Brás, centro de São Paulo. A denúncia, conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), foi divulgada nesta segunda-feira (23).
De acordo com as investigações, o grupo exigia valores exorbitantes de vendedores ambulantes, em sua maioria imigrantes sem acesso a crédito formal. Uma testemunha relatou ter sido obrigada a pagar R$ 15 mil anuais, além de R$ 300 semanais, para manter sua atividade na região.
Entre os denunciados está uma escrivã da Polícia Civil, acusada de colaborar com o esquema. A agente, que teria relação com um sargento da Polícia Militar, foi flagrada intimidando os ambulantes para obter os pagamentos. Segundo o MP, os trabalhadores extorquidos frequentemente recorriam a agiotas para levantar os valores exigidos, que eram cobrados com apoio violento dos policiais envolvidos.
A operação teve início a partir de informações da Corregedoria da Polícia Militar, que identificou a atuação ilícita dos acusados. Agora, a denúncia aguarda análise da Justiça. Caso aceita, os acusados responderão por crimes como extorsão, formação de milícia e lavagem de dinheiro.
O caso reforça a preocupação com a atuação de agentes públicos em esquemas que exploram economicamente trabalhadores vulneráveis, ao invés de protegerem seus direitos. A região do Brás, tradicional polo comercial, já enfrentou denúncias de irregularidades no passado, mas o foco agora recai sobre o envolvimento direto de forças de segurança.
Até o momento, a Justiça não se manifestou sobre o caso, que segue em andamento.
Com informações do Brasil 247
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