552 visitas - Fonte: Plantão Brasil
O mercado financeiro e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), aproveitaram a divulgação da ata do Comitê de Política Monetária (Copom) para criar um cenário de pânico econômico e pressionar o governo Lula. A divulgação da ata, assinada pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, resultou em uma alta abrupta do dólar, que chegou a R$ 6,20 nesta quinta-feira (17), exigindo duas intervenções do BC para injetar US$ 2,015 bilhões e conter o avanço.
A ata descreve um cenário catastrófico, alegando deterioração da taxa de câmbio e inflação, baseado em projeções do mercado financeiro coletadas no boletim Focus. O documento ainda sugere que as próximas reuniões podem resultar em novos aumentos da Selic, apesar da total desconexão com os indicadores reais da economia. Mesmo analistas conservadores, como Miriam Leitão, admitiram que o movimento representa um “ataque especulativo”. “Não há justificativa concreta para esse fim de mundo que o mercado está projetando”, declarou a comentarista da Globonews.
Além do Copom, Arthur Lira tem usado o pacote fiscal do governo como moeda de troca para aumentar a pressão política. O Projeto de Lei Complementar (PLP) 68/24, que inclui medidas de ajuste fiscal, como a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil e o aumento de alíquotas para os mais ricos, está sendo travado na Câmara. O presidente da Casa, em dobradinha com setores do mercado, utiliza a proposta para chantagear o governo e fortalecer sua posição.
O cenário se agrava com as restrições impostas às emendas parlamentares, fruto de um acordo entre o STF, liderado pelo ministro Flávio Dino, e o governo federal. Segundo interlocutores de Lira, a estratégia é segurar o pacote fiscal até o próximo ano, usando o texto como barganha política.
Enquanto Campos Neto, em fim de mandato, sinaliza mais aumentos na Selic, o mercado e seus aliados políticos buscam desestabilizar o governo Lula, mesmo à custa do povo brasileiro. A tentativa de impor um cenário de caos econômico mostra a disposição desses setores de atacar políticas que beneficiam a maioria em detrimento dos interesses do sistema financeiro.
Até mesmo Miriam Leitão fez comentário criticando a posição do Mercado na GloboNews:
“Houve um tempo que a gente chama isso de ataque especulativo, porque não tem nenhuma relação com os fatos. Concretamente não está acontecendo esse fim de mundo que o mercado financeiro está vendo. (...) O pacote fiscal faz mudanças de fato, no ritmo de crescimento das despesas,… pic.twitter.com/aQHtT8Z6ZL
— GloboNews (@GloboNews) December 17, 2024