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A prisão do general da reserva Walter Braga Netto, ex-ministro de Jair Bolsonaro e vice na chapa derrotada em 2022, foi fundamentada na delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid. O acordo de colaboração, firmado com a Polícia Federal (PF), revelou que Braga Netto tentou obstruir as investigações relacionadas à trama golpista contra a democracia brasileira. A ordem de prisão foi emitida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e cumprida neste sábado (14).
Segundo o depoimento de Mauro Cid, Braga Netto buscou acesso a informações sigilosas sobre o conteúdo da delação em 2023. Um documento com dados confidenciais sobre o acordo foi apreendido na sala do coronel Flávio Peregrino, assessor direto de Braga Netto, reforçando as suspeitas de vazamento e interferência.
O general também é acusado de financiar militares conhecidos como "kids pretos", integrantes das Forças Especiais, para monitorar os passos do ministro Alexandre de Moraes, do STF. Segundo Mauro Cid, os pagamentos foram feitos em caixas de vinho, evidenciando a tentativa de vigiar e intimidar um dos principais defensores da ordem democrática no país.
As investigações apontam ainda que Braga Netto atuou para dificultar o avanço do inquérito sobre a tentativa de anular as eleições de 2022 e impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A PF concluiu que o general desempenhou papel central no financiamento e na logística da trama golpista.
Até o momento, a defesa de Braga Netto não se pronunciou sobre as acusações. A prisão do general é um desdobramento significativo no cerco judicial contra figuras do governo Bolsonaro, evidenciando o envolvimento de altas autoridades militares em ações antidemocráticas.
A delação de Mauro Cid fortalece o entendimento de que Braga Netto estava diretamente envolvido nos planos golpistas, ampliando a rede de responsabilização que atinge o núcleo duro do bolsonarismo e expõe as manobras contra as instituições democráticas.
Com informações do UOL
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