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O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), revelou em depoimento ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), detalhes sobre a relação do ex-presidente com militares das forças especiais do Exército, conhecidos como "kids pretos". Segundo Cid, a interação de Bolsonaro com esse grupo era mediada pelo general e ex-ministro da Defesa Walter Braga Netto, com quem Bolsonaro mantinha uma relação próxima.
As investigações da Polícia Federal indicam que membros desse grupo participaram da elaboração de um plano golpista, que incluía o assassinato de figuras-chave como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes. O depoimento de Cid, realizado em 21 de novembro, foi formalizado após ajustes na delação premiada, com a inclusão de informações previamente omitidas.
Cid afirmou em seu depoimento que Bolsonaro tinha pleno conhecimento de uma minuta de decreto que visava declarar estado de exceção para manter-se no poder. Ele relatou que Bolsonaro sugeriu alterações no documento, evidenciando seu envolvimento nas discussões golpistas. No entanto, Cid tentou isentar o ex-presidente de responsabilidade direta na relação com os "kids pretos", atribuindo esse papel a Braga Netto.
Procurada, a defesa de Braga Netto não comentou o caso, enquanto a defesa de Cid também evitou declarações públicas. Já as investigações apontam que o plano golpista não avançou devido à falta de apoio dos comandantes do Exército e da Aeronáutica na época.
Os generais Marco Antônio Freire Gomes e Carlos de Almeida Baptista Júnior, chefes das respectivas Forças na gestão de Bolsonaro, confirmaram à PF que o ex-presidente apresentou um documento sugerindo medidas extremas, como a decretação de estado de defesa ou de sítio. A resistência dos comandantes teria sido crucial para impedir a execução do plano.
Com informações do jornal O Globo
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