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Desde que assumiu o comando do Exército, em janeiro de 2023, o general Tomás Paiva já renovou mais da metade do Alto Comando da Força, substituindo nove dos 16 integrantes. Nomeado pelo presidente Lula após os atos golpistas de 8 de janeiro, Paiva tem promovido uma renovação gradual, alinhando o colegiado à sua liderança. As promoções, realizadas em março, julho e novembro, têm renovado cerca de 25% do grupo anualmente, moldando a cúpula militar a um perfil mais homogêneo e confiável.
O Alto Comando é composto por generais de quatro estrelas, o posto máximo da carreira, com reuniões regulares no Quartel General do Exército, em Brasília. A atual composição inclui chefes estratégicos de Operações Terrestres, Engenharia, Finanças e Ensino, além dos comandantes militares regionais. Entre os mais próximos de Tomás Paiva estão o general Richard Fernandez Nunes, chefe do Estado-Maior, e o general José Ricardo Vendramin Nunes, comandante Militar do Norte, ambos promovidos por Paiva.
Sob a gestão do atual comandante, não há representantes dos chamados "kids pretos", grupo de militares das Forças Especiais que teve influência na era Bolsonaro. Esses militares, antes protagonistas nas promoções, ficaram fora das listas de 2023 e 2024, encerrando sua hegemonia. Investigações da Polícia Federal ligaram figuras associadas ao grupo a tentativas golpistas para impedir a posse de Lula, incluindo o indiciamento de 24 militares e do próprio Bolsonaro, acusados de crimes como tentativa de golpe de Estado e organização criminosa.
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Ainda em 2022, o general Vendramin Nunes repudiou acusações contra colegas tachados de “melancias” por não aderirem às ações golpistas. A postura de figuras como Vendramin e Richard Nunes reflete o esforço de Tomás Paiva em consolidar um Alto Comando voltado para a defesa da democracia e distante de envolvimentos políticos.
Se permanecer no cargo até o final do mandato de Lula, Tomás Paiva terá mais seis rodadas de promoções para consolidar ainda mais sua visão estratégica no Alto Comando. Considerado peça chave para estabilizar as Forças Armadas após os tumultos de 8 de janeiro, o general conta com avaliação positiva entre o governo e especialistas em defesa.
Com informações do DCM
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