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No início de março, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) respondeu com ironia às denúncias de abusos e mortes cometidas por policiais militares na “Operação Escudo”, formalizadas pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU. Ele afirmou que a intenção é proteger a sociedade e que está tranquilo em relação às ações da polícia, desdenhando das críticas ao dizer que "podem ir na ONU, na Liga da Justiça, no raio que o parta que eu não estou nem aí".
A denúncia apresentada pela Conectas Direitos Humanos e a Comissão Arns indicou que as mortes em decorrência de intervenção policial subiram 94% no primeiro bimestre de 2024. O documento destacou que essa é uma ação deliberada do governador, que investe na violência policial contra pessoas negras e pobres. Na Baixada Santista, o número de mortes por policiais militares quintuplicou nos dois primeiros meses do ano.
Nesta terça-feira (3), Tarcísio enfrentou novas críticas relacionadas à política de Segurança Pública de sua gestão, após uma sequência de episódios de letalidade policial. Dois casos ganharam repercussão: um policial militar jogou um homem de uma ponte na Zona Sul de São Paulo, e um policial à paisana matou um jovem negro que furtou pacotes de sabão. Ambos os casos foram capturados em vídeo.
A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo informou que o policial que matou o jovem negro foi afastado e que o caso está sob investigação. A Polícia Militar acompanha as investigações e, se comprovada a responsabilidade criminal, medidas administrativas serão adotadas, incluindo a possibilidade de exclusão do policial da corporação.
O relatório “O Estado Dos Direitos Humanos no Mundo”, divulgado pela Anistia Internacional, mostrou que a maioria das vítimas em operações policiais pertence a comunidades negras e periféricas. As operações resultaram em mortes, invasões ilegais, destruição de propriedades, tortura e outras violações dos direitos humanos. Dados do Instituto Sou da Paz revelaram que a polícia paulista cometeu 78% mais assassinatos em 2024 comparado ao ano anterior, com uma em cada três vítimas sendo negra.
Assista ao vídeo: