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Lafaiete Teixeira, contador residente no Distrito Federal, viu sua vida virar de cabeça para baixo após descobrir que seus dados foram usados em um plano para assassinar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Segundo a Polícia Federal (PF), o esquema fazia parte da Operação Punhal Verde e Amarelo, planejada por militares e que utilizava informações pessoais de terceiros para ações clandestinas.
“Estou em choque. Descobri tudo quando a investigação foi divulgada. Comecei a receber ligações e agora estou com medo. Não sei o que pode acontecer”, disse Lafaiete em entrevista.
O acidente que virou base para a fraude
Dias antes do registro fraudulento, Lafaiete se envolveu em um acidente de trânsito com o tenente-coronel Rafael Oliveira na BR-060, próximo a Santo Antônio do Descoberto, no entorno do Distrito Federal. Durante a interação, o militar fotografou a CNH e o CRLV de Lafaiete. Essas imagens foram usadas para registrar um número telefônico que, mais tarde, seria vinculado ao plano golpista.
A perícia da PF confirmou as digitais de Rafael nas fotos do celular, além de outros dados que comprovavam o uso ilegal das informações de Lafaiete para criar uma identidade falsa associada ao número utilizado na operação de 15 de dezembro de 2022.
Uma vítima no esquema golpista
Lafaiete foi oficialmente considerado vítima no relatório da PF. “Rafael de Oliveira utilizou os dados de Lafaiete, um terceiro de boa-fé, para habilitar o número telefônico usado na ação clandestina de 15 de dezembro de 2022”, destaca o documento.
A prática de "anonimização", usada para ocultar a identidade dos envolvidos, é uma técnica descrita na doutrina de Forças Especiais do Exército, segundo a investigação. Além de Rafael, outros elementos ligando o militar ao plano golpista foram identificados.
Tecnologia e inteligência expõem a trama
A PF usou dados obtidos junto à operadora TIM para confirmar que o número vinculado ao esquema foi registrado em nome de Lafaiete. Com base nos registros da linha, mensagens e fotos encontradas no celular de Rafael, o relatório concluiu a participação ativa do militar no plano.
O caso destaca a sofisticação do esquema golpista e a vulnerabilidade de pessoas inocentes usadas como peças em uma conspiração que atentava contra o Estado Democrático de Direito.
Com informações do DCM
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