20/11/2024 09:01

Militar bolsonarista roubou identidade de civil em plano de golpe contra a democracia

428 visitas - Fonte: Plantão Brasil

Uma investigação da Polícia Federal revelou que o major do Exército Rafael Martins de Oliveira utilizou, de forma fraudulenta, dados de um civil, Lafaiete Teixeira Caitano, para habilitar uma linha telefônica que foi usada no planejamento de um golpe de Estado em 2022. O esquema incluía ações clandestinas contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes. Os dados foram obtidos após um acidente de trânsito entre Rafael e Lafaiete na rodovia BR-060, próximo a Brasília.

Segundo o relatório da PF, o acidente ocorreu em 24 de novembro de 2022, quando os dois motoristas aguardavam atendimento no local. Durante a espera, Rafael fotografou a CNH e o documento do veículo de Lafaiete sem sua autorização. Dias depois, esses dados foram usados para ativar uma linha telefônica associada ao grupo de mensagens clandestino "Copa 2022", criado no aplicativo Signal e composto por militares e apoiadores do golpe.

A linha telefônica foi usada para coordenar ações que incluíam monitoramento do ministro Alexandre de Moraes e outros atos contra o Estado Democrático de Direito. Rafael, identificado pelo codinome “Diogo Bast”, utilizava técnicas de anonimização para dificultar seu rastreamento. Além disso, perícias confirmaram que o número foi ativado em um aparelho vinculado ao Apple ID "diogo.bastardo@icloud.com", criado dias antes das ações.

A investigação aponta que o grupo discutia estratégias de captura e possível execução de Alexandre de Moraes, além de um orçamento estimado em R$ 100 mil para viabilizar as ações. Essas práticas evidenciam o nível de sofisticação e planejamento das ações golpistas, que incluíram o uso de recursos logísticos e tecnológicos para ocultar a identidade dos envolvidos.

O caso, que tramita no Supremo Tribunal Federal sob a relatoria de Alexandre de Moraes, expõe a gravidade das violações cometidas por militares ligados ao golpe. A Polícia Federal destacou a necessidade de maior controle e responsabilização nas Forças Armadas para evitar que ações como essas comprometam o Estado Democrático de Direito.

Com informações da Fórum

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