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Uma explosão nas proximidades do Supremo Tribunal Federal (STF), provocada por Francisco Wanderley Luiz, conhecido como "homem-bomba", reacendeu o debate sobre a anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, detalha O Globo.
O ataque, que resultou na morte do autor, aumentou a pressão sobre o Congresso Nacional para arquivar o projeto que propõe perdoar participantes de manifestações antidemocráticas. A base do governo e ministros do STF reforçaram a necessidade de responsabilização severa para evitar novos episódios de radicalização.
O ministro Alexandre de Moraes destacou que a impunidade é um convite à repetição de atos extremistas. “A pacificação do país, que é necessária, só é possível com a responsabilização de todos. Não existe possibilidade de pacificação com anistia a criminosos”, afirmou. O STF já condenou 265 pessoas pelos ataques golpistas, enquanto outros 476 firmaram acordos de não persecução penal.
A Polícia Federal revelou que o homem-bomba deixou explosivos armados como armadilhas em sua residência alugada em Brasília. Segundo o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, o ato representou um ataque direto ao estado democrático de direito e uma tentativa de homicídio premeditada contra agentes em operação. Para Rodrigues, não é admissível sequer discutir anistia em meio a episódios como esse.
O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, chamou atenção para a gravidade da tentativa de naturalização de atos extremistas. “Algumas pessoas procuram naturalizar o absurdo, tentando perdoar antes mesmo de condenar”, criticou. Barroso reiterou que ações golpistas devem ser combatidas de forma exemplar para proteger a democracia.
No Congresso, o atentado gerou reações distintas. Enquanto a base governista defendeu o arquivamento definitivo da proposta de anistia, oposicionistas bolsonaristas demonstraram preocupação nos bastidores. O deputado Gustavo Gayer (PL-GO), segundo mensagens obtidas pela imprensa, reconheceu que o ataque praticamente “enterrou” a anistia no Legislativo.
O relatório final da investigação da Polícia Federal, que consolidará as acusações sobre as tentativas de golpe após a derrota de Jair Bolsonaro nas urnas, será enviado ao STF nos próximos dias, ampliando a pressão por responsabilizações efetivas.
Assista ao vídeo:
Para o ministro Alexandre de Moraes, do STF, o ataque em Brasília "não é um fato isolado do contexto": "Isso foi se avolumando sob o falso manto de uma criminosa utilização da liberdade de expressão".
— GloboNews (@GloboNews) November 14, 2024
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