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O empresário Vinícius Gritzbach, delator em investigações sobre corrupção policial e lavagem de dinheiro envolvendo o PCC, foi brutalmente assassinado a tiros no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, na última sexta-feira (8). Ele havia acabado de desembarcar de um voo de Maceió. Gritzbach firmou um acordo de delação premiada com o Ministério Público de São Paulo (MPSP) em março, revelando esquemas de corrupção em quatro delegacias da Polícia Civil e detalhes financeiros de líderes do alto escalão do PCC.
O acordo, homologado pela Justiça, previa o pagamento de uma multa de R$ 15 milhões e garantias como perdão judicial para organização criminosa e benefícios no regime de cumprimento de pena por lavagem de dinheiro. A delação incluiu acusações contra delegados e policiais civis, além de informações sobre a estrutura financeira do PCC, expondo nomes de figuras como Anselmo Santa Fausta, o “Cara Preta”, e Cláudio Marcos de Almeida, o “Django”.
Em trechos da colaboração, Gritzbach relatou possuir áudios que comprovavam a participação de policiais do DHPP, Deic e delegacias na zona leste de São Paulo em práticas ilícitas. Entre os acusados, estão delegados do DHPP que investigaram assassinatos ligados ao crime organizado. Apesar de apontado como envolvido nessas mortes, Gritzbach negava qualquer participação.
A Secretaria de Segurança Pública (SSP), comandada por Guilherme Derrite, compartilhou informações da delação em outubro, o que levou a Corregedoria da Polícia Civil a ouvir o delator em 31 de outubro, poucos dias antes de seu assassinato. O secretário afirmou que a delação incluía elementos fundamentais para apurar a conduta de policiais civis. No entanto, a proximidade do depoimento com a execução levanta suspeitas de retaliação.
O ataque foi planejado e executado por criminosos encapuzados, que dispararam 29 tiros contra Gritzbach e o motorista Celso Araújo Sampaio de Novais. Policiais militares responsáveis pela proteção do delator foram afastados e estão sendo investigados por possível envolvimento no crime. Eles alegaram problemas mecânicos nos veículos pouco antes do atentado. Apenas um policial conseguiu chegar ao local junto com o filho da vítima.
A morte de Gritzbach expõe um complexo cenário de corrupção e crime organizado em São Paulo, além de lançar dúvidas sobre a atuação de setores da Polícia Civil. O caso representa um teste para o governo de São Paulo e reforça a urgência de um combate efetivo às práticas ilícitas dentro das instituições de segurança.
Com informações do Brasil 247
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