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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva incluiu o Ministério da Defesa nas discussões sobre o ajuste fiscal, ampliando o debate para um setor historicamente resistente a cortes de gastos. A reunião, marcada para quarta-feira, contará com representantes das Forças Armadas e do Ministério da Fazenda, com o objetivo de buscar alternativas para reduzir despesas em meio à crise fiscal.
Uma das pautas mais sensíveis é a previdência dos militares, que já havia sido mencionada pela ministra do Planejamento, Simone Tebet. Em junho, Tebet afirmou estar disposta a colocar todas as questões na mesa, citando um alerta do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre o impacto financeiro do sistema. Tebet trabalha em conjunto com Fernando Haddad, ministro da Fazenda, para formular propostas que equilibrem as contas públicas.
Na segunda-feira, após encontro com Lula, Haddad confirmou a solicitação do presidente para integrar mais um ministério ao processo, embora tenha evitado detalhar as medidas em análise. O Ministério da Defesa, apesar das resistências internas, foi incluído no esforço de ajustes, refletindo a gravidade do rombo fiscal e a necessidade de maior cooperação interministerial.
Os números são alarmantes. Segundo o TCU, os custos com inativos das Forças Armadas saltaram de R$ 31,85 bilhões em 2014 para R$ 58,8 bilhões em 2023, um aumento de 84,6%. Já o déficit do regime de aposentadoria militar subiu de R$ 29,51 bilhões para R$ 49,73 bilhões no mesmo período. Esses dados reforçam a urgência de reformas para conter o avanço dos gastos públicos.
Apesar disso, alterações na previdência dos militares enfrentam forte resistência, tanto no Ministério da Defesa quanto no Congresso. Oficiais defendem que mudanças só devem ocorrer dentro de uma reforma mais ampla, enquanto parlamentares hesitam em lidar com uma questão politicamente sensível. Para o governo, o desafio é encontrar um equilíbrio que permita avanços sem comprometer alianças políticas.
A inclusão do Ministério da Defesa é vista por analistas como uma tentativa de ampliar o diálogo e buscar consenso, mas também como um teste para a capacidade do governo de Lula em liderar negociações complexas. Em meio à crise fiscal, o presidente reafirma seu compromisso com a responsabilidade econômica, mesmo diante de setores resistentes.
Com informações do Braasil 247
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