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O agrônomo Ricardo Arantes fez um prognóstico que divide opiniões durante o podcast "Agro em Debate". Segundo ele, os tradicionais eventos de peões pelo Brasil podem desaparecer em poucos anos, reflexo das mudanças promovidas pelas políticas públicas dos governos do PT. Arantes destacou que programas como a expansão de universidades e escolas técnicas, cotas para estudantes de baixa renda e incentivo à educação estão transformando o perfil das novas gerações, afastando jovens da profissão de peão.
Arantes afirmou que, em gerações passadas, a profissão de peão era frequentemente herdada, com jovens aprendendo o ofício nas fazendas ao lado dos pais. Hoje, com a valorização da educação, os pais incentivam os filhos a buscar oportunidades melhores e menos sofridas. "Agora, o pai diz: ’Meu filho, você vai estudar, ser doutor, fazer algo melhor’. A profissão de peão é vista como um trabalho pesado e sofrido, e ninguém quer mais isso para seus filhos", disse.
O agrônomo comparou a situação à transformação da "fábrica de empregadas domésticas", outro ciclo rompido com as políticas de acesso à educação promovidas pelos governos do PT. No filme “Que horas ela volta?”, de Anna Muylaert, essa mudança é retratada de forma magistral, mostrando como o acesso ao ensino superior pode mudar o destino de famílias inteiras.
A crítica de Arantes reflete uma mudança estrutural no Brasil, em que o incentivo ao estudo e à profissionalização desafia tradições enraizadas, mas também questiona as condições de trabalho histórico no campo. Ele aponta que, sem jovens para continuar a profissão, eventos tradicionais como rodeios podem desaparecer.
As políticas de democratização do ensino, iniciadas no governo Lula e expandidas no governo Dilma, foram fundamentais para essa transformação. Apesar das críticas de setores conservadores, esses avanços são celebrados como um marco de justiça social que rompeu ciclos de pobreza e trabalho precário.
Essa transição também traz desafios para o campo, que precisará se adaptar à modernização e às novas dinâmicas de trabalho. O agronegócio, que frequentemente se opõe ao PT, enfrenta o paradoxo de criticar os efeitos das políticas sociais enquanto se beneficia do avanço tecnológico impulsionado por uma nova geração mais educada.
Assista ao vídeo:
Fazendeiro reclamando que a “fábrica de peão acabou”, porque não pode mais empregar criança e que elas preferem estudar a ser peão. pic.twitter.com/L3bWxHPABS
— Flávio Costa (@flaviocostaf) November 8, 2024