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Carlos Bolsonaro liderava núcleo político em rede de espionagem com software israelense de R$ 5 milhões

774 visitas - Fonte: Plantão Brasil

A Polícia Federal avança nas investigações sobre o esquema da chamada "Abin paralela", denunciando uma organização criminosa montada durante o governo Bolsonaro para monitorar opositores e autoridades de forma ilegal. O vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) surge como figura central na articulação, especialmente nas relações com a empresa israelense Cognyte, fornecedora do software espião FirstMile.

O software, adquirido ainda em 2018 sob o comando do general Walter Braga Netto no governo Temer, foi utilizado pela estrutura ilegal capitaneada por Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin e aliado do clã Bolsonaro. A investigação aponta que o sistema espionava ilegalmente cerca de 30 mil pessoas, incluindo ministros do STF, opositores políticos e jornalistas. A PF também identificou que Carlos Bolsonaro fazia parte do núcleo político dessa operação, utilizando dados obtidos para proteger aliados e atacar adversários.

Os depoimentos recentes do general Carlos Alberto Santos Cruz e de seu filho, Caio Santos Cruz, reforçam o envolvimento direto de Carlos Bolsonaro. Segundo a PF, Caio facilitou o acesso da família Bolsonaro aos israelenses da Cognyte antes mesmo de Jair Bolsonaro assumir a Presidência. O software foi fundamental para ações como a defesa de Flávio Bolsonaro no caso das "rachadinhas" e ataques a figuras públicas críticas ao governo.

As investigações também conectam o esquema ao "Gabinete do Ódio", estrutura de disseminação de desinformação liderada por Carlos Bolsonaro no Planalto. Ex-aliados, como Gustavo Bebianno, já haviam denunciado a intenção de criar uma estrutura paralela de inteligência para servir aos interesses do clã, culminando na crise que levou à demissão do general Santos Cruz em 2019.

A PF revelou ainda que o sistema FirstMile foi usado para espionagem até durante a pré-campanha de 2022, monitorando adversários políticos e promovendo ataques cibernéticos. Os envolvidos enfrentam acusações de crimes contra o sistema democrático e a privacidade de cidadãos.

Com informações da Fórum

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