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A Polícia Federal interrogou o general Carlos Alberto Santos Cruz sobre as ligações entre a família Bolsonaro e empresários israelenses responsáveis pelo fornecimento do software espião FirstMile, usado pela Abin durante o governo Bolsonaro. O programa foi utilizado para monitorar ilegalmente adversários políticos, jornalistas e membros do Judiciário. As investigações apontam o envolvimento de Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) na tentativa de criar uma "Abin paralela".
O general foi questionado sobre o papel de seu filho, Caio Santos Cruz, que representava a empresa israelense Cognyte e teria intermediado encontros entre os israelenses e a família Bolsonaro. O software foi adquirido ainda no governo Michel Temer, ao custo de R$ 5,7 milhões. Durante os depoimentos, tanto Santos Cruz quanto seu filho optaram por não comentar as acusações.
Segundo o ex-ministro Gustavo Bebianno, falecido em 2020, Carlos Bolsonaro tinha planos de montar uma estrutura de inteligência clandestina, pois não confiava na Abin oficial. A Operação Última Milha, que investiga a rede, já identificou indícios de que ela foi usada para atacar adversários políticos, proteger os filhos de Bolsonaro e desestabilizar o sistema eleitoral, além de monitorar ilegalmente ministros do STF e parlamentares.
Carlos Bolsonaro é apontado como integrante do núcleo político dessa suposta rede clandestina, que produziu ataques falsos contra o senador Alessandro Vieira (MDB-RS) e outros críticos. O esquema teria funcionado sob o comando de Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin e hoje deputado federal.
A investigação reforça o modus operandi bolsonarista: desinformação, vigilância ilegal e desrespeito às instituições democráticas. O caso segue na mira da Polícia Federal, que visa responsabilizar os envolvidos.
Com informações da Folha de S. Paulo
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