7/11/2024 15:10

México retoma política de soberania energética e renacionaliza empresas após 11 anos de privatização

361 visitas - Fonte: Plantão Brasil/ Youtub

Durante o governo de Enrique Peña Nieto, presidente do México pelo Partido Revolucionário Institucional (2012-2018), reformas neoliberais no setor de energia resultaram na privatização das principais empresas do país: Petróleos Mexicanos (Pemex) e Comissão Federal de Eletricidade (CFE). Contudo, com a mudança de governo, a atual presidente, Claudia Sheinbaum, do partido de Andrés Manuel López Obrador (AMLO), anunciou na última quarta-feira (30) a promulgação de um decreto que devolve essas empresas ao controle estatal, retomando a política de soberania energética.

O decreto de "renacionalização" das estatais, que entrou em vigor em 1º de novembro, reverte 11 anos de privatização e é parte de uma agenda de recuperação do patrimônio nacional. Sheinbaum destacou que, sob o governo anterior, as empresas estatais mexicanas foram tratadas como "mercadoria comum", que competiam entre si, em vez de serem geridas estrategicamente. Agora, o controle estatal das empresas visa garantir a segurança e a autossuficiência energética, preservando os recursos do país.

Além do setor de energia, o governo de Sheinbaum também retomou o controle de ferrovias, antes operadas por empresas privadas, e restabeleceu a operação de trens de passageiros pelo governo federal. Luz Elena González, Secretária de Energia, explicou que essa medida é essencial para evitar que as estatais atuem em detrimento dos interesses nacionais.

Outro ponto de destaque na política de Sheinbaum é o controle exclusivo sobre o lítio, mineral cuja exploração foi nacionalizada em 2023, ainda sob o governo de AMLO. O México possui cerca de 235 mil hectares de reservas desse mineral estratégico, que o governo quer proteger do interesse estrangeiro.

Sheinbaum, cujo governo é atualmente o mais bem-avaliado da América Latina, com uma aprovação de 66,7%, também prometeu seguir com uma política de “austeridade republicana”, visando cortar gastos desnecessários e evitar o desperdício no setor público.

Com informações da Fórum

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