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Os jornais internacionais Le Monde, The Guardian e El País destacaram a condenação de Ronnie Lessa e Élcio Queiroz, ex-policiais militares, acusados de executar o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) e de seu motorista, Anderson Gomes. Após dois dias de julgamento no Rio de Janeiro, nesta quinta-feira (31), Lessa foi condenado a 78 anos e 9 meses de prisão, enquanto Queiroz recebeu pena de 59 anos e 8 meses.
Le Monde enfatizou as palavras da juíza Lúcia Glioche ao final do julgamento: “a justiça por vezes é lenta, cega, burra, mas chega”, destacando o impacto do crime, que expôs o poder das milícias e o crime organizado no Rio de Janeiro. Mônica Benício, viúva de Marielle e também vereadora, ressaltou o caráter político do assassinato, lembrando que Marielle foi alvo por ser mulher negra, favelada e ativista contra a violência e as milícias.
O Ministério Público havia solicitado a pena máxima de 84 anos para os réus, mas a condenação de Lessa e Queiroz foi recebida como um importante passo para justiça. The Guardian frisou que, para os familiares de Marielle, essa é apenas a primeira etapa, pois o julgamento dos mandantes do crime, incluindo os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão, ainda está pendente no Supremo Tribunal Federal (STF). A Human Rights Watch também reforçou a importância da punição dos mandantes para que a justiça seja plenamente realizada.
Durante o julgamento, Lessa confessou ter sido motivado por uma oferta milionária para executar o crime, declarando-se “cego” e “louco” pelo dinheiro. O caso contra os supostos autores intelectuais, que inclui influentes políticos do Rio e o ex-chefe de polícia Rivaldo Barbosa, ainda não tem data de julgamento, mas segue sendo acompanhado de perto pela sociedade e organizações de direitos humanos.
Com informações do Brasil 247
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