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Durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, entre 2019 e 2020, foram construídas nove casas de alto padrão para oficiais superiores do Exército em Formosa, Goiás, como parte do Plano de Implantação do Sistema de Defesa Estratégico ASTROS. O investimento total foi de R$ 6,1 milhões, com recursos provenientes do Orçamento da União. Essas residências, classificadas como Próprios Nacionais Residenciais (PNR), levantaram questionamentos devido ao alto valor investido e à opulência das estruturas.
De acordo com informações obtidas pela Lei de Acesso à Informação (LAI), as casas variam de 164 m² a 329 m² de área construída, com terrenos de até 900 m², e foram equipadas com itens como portões automatizados, churrasqueiras e persianas, visando proporcionar conforto e segurança aos oficiais. Alterações como tapumes e grades também foram feitas para aumentar a segurança. O custo total das obras, assim como a destinação das unidades, reacendeu o debate sobre o uso de recursos públicos para beneficiar uma elite militar, em detrimento de outras áreas prioritárias do país.
As críticas a esses investimentos não são novidade. Em Brasília, o Setor Militar Urbano abriga oito mansões destinadas a generais, alugadas por valores absurdamente baixos, que correspondem a apenas 6,5% dos salários dos beneficiários. O mesmo modelo de subsídio é seguido pelas casas de Formosa, com aluguéis ínfimos em comparação ao custo de manutenção dessas residências luxuosas. Esse uso desproporcional do dinheiro público gera indignação, sobretudo em tempos de cortes de verbas e de precarização dos serviços básicos para a população.
O Exército, por sua vez, justificou a construção das casas alegando que elas atendem às necessidades institucionais de seus oficiais e ao planejamento estratégico da corporação. Porém, essa argumentação não diminui o desconforto gerado pelo evidente privilégio concedido a uma minoria enquanto o restante do país enfrenta dificuldades econômicas e cortes em áreas essenciais, como saúde e educação.
Mesmo com as justificativas das Forças Armadas, a população vê com desconfiança esse padrão de investimento público em luxos para oficiais. A manutenção dessas residências representa um desafio adicional para o orçamento militar, que já enfrenta limitações, e demonstra uma prioridade questionável do governo Bolsonaro durante sua gestão.
Com informações da Fórum
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