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O pastor Pio de Carvalho, líder da Igreja Comunhão Cristã Abba em Curitiba, causou indignação ao afirmar, durante um culto transmitido ao vivo, que o transtorno do espectro autista seria resultado de um "espírito maligno". A fala absurda foi proferida no último domingo (13), na igreja Abba de Itapeva, e gerou reações imediatas nas redes sociais e entre especialistas.
A declaração surgiu enquanto o pastor relatava uma conversa com uma educadora que sugeriu a criação de uma classe para crianças com necessidades especiais na igreja. Pio, em vez de acolher a ideia, recomendou passar óleo na cabeça das crianças e pedir que o "espírito maligno" saísse. Além disso, ele desdenhou do conhecimento científico sobre o autismo, afirmando que nunca tinha ouvido falar no transtorno e mencionando que seu avô viveu até os 94 anos sem saber o que era isso.
A reação foi imediata, com muitas críticas ao pastor. Em meio à polêmica, Pio divulgou uma nota de "retratação", afirmando que sua intenção era destacar o sofrimento espiritual enfrentado por muitas famílias e que suas palavras deveriam ser interpretadas como uma sugestão de orações junto ao tratamento médico. Contudo, no vídeo completo do culto, ele chega a afirmar que "25 dos 29 alunos foram curados", reforçando a visão equivocada de que o autismo é algo a ser exorcizado.
A fala de Pio de Carvalho levanta a questão da responsabilidade de líderes religiosos ao tratar de temas tão delicados como o autismo. É inaceitável que alguém em posição de liderança perpetue desinformação e preconceito sobre um tema que afeta tantas famílias, reforçando estigmas e dificultando a compreensão e acolhimento dessas pessoas na sociedade.
O pastor Pio de Carvalho, líder da Igreja Comunhão Cristã Abba, causou polêmica durante uma pregação esta semana ao afirmar que o autismo "não existe" e ao associar o transtorno a uma "obra do maligno" pic.twitter.com/venaxl6zuY
— QB News (@qbnewsoficial) October 17, 2024