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O Supremo Tribunal Federal (STF) determinou o desbloqueio da rede social X (antigo Twitter) na última terça-feira (8), o que já resultou em uma enxurrada de desinformação sobre as urnas eletrônicas e o sistema eleitoral brasileiro, segundo levantamento do Instituto Democracia em Xeque. As publicações falsas que sugerem fraude na apuração da eleição municipal de São Paulo, após a derrota de Pablo Marçal (PRTB) no primeiro turno para Guilherme Boulos (PSOL), tinham um objetivo claro: minar a confiança no processo eleitoral.
Os tweets afirmando que "enquanto não for urna com voto impresso haverá fraudes" mostram que a narrativa do bolsonarismo ainda é forte, mesmo após as derrotas eleitorais. O levantamento aponta que a rede de Elon Musk tem se mostrado a principal fonte de desinformação, ao contrário das plataformas da Meta, que aplicam uma regulação mais rígida contra conteúdos enganosos.
De acordo com o instituto, o X tem servido de palco para a mobilização de movimentos que reivindicam o voto impresso como garantia de "transparência" no processo eleitoral, amplificando a desconfiança nas instituições democráticas. O estudo analisou mensagens publicadas em várias plataformas, com foco nas 48 horas seguintes ao desbloqueio do X, e identificou um total de 32 mil postagens sobre alegações de fraude e urnas.
O pesquisador Alexsander Chiodi, do Instituto Democracia em Xeque, afirmou ao blog de Malu Gaspar, em O Globo, que foram identificadas mensagens recicladas das eleições de 2022. As mesmas peças de propaganda usadas naquela época foram "requentadas" no X, mostrando que a narrativa de fraude ainda persiste. Essas publicações incluem até imagens que promovem o "voto impresso auditável", reutilizando o discurso do bolsonarismo e mirando especialmente em Alexandre de Moraes, ministro do STF.
A pesquisa revela ainda que, mesmo antes do desbloqueio do X, houve um aumento nas menções a fraudes e suspeitas sobre as urnas eletrônicas. Bolsonaristas e apoiadores de Marçal, utilizando VPN para burlar os bloqueios, mantinham a narrativa ativa nas redes. Com a volta do X, essas pessoas passaram a protagonizar o debate, ampliando a disseminação de fake news.
Com informações da Fórum
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