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Desde o fim do primeiro turno das eleições de 2024, o círculo próximo ao ex-presidente Jair Bolsonaro está em crise, principalmente por conta da derrota de Pablo Marçal em São Paulo, que fragmentou a base bolsonarista na capital. Carlos Bolsonaro, em entrevista ao UOL, enviou um recado amargo a figuras como Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Ricardo Nunes (MDB), ambos distantes do ex-presidente, afirmando que eles “não têm votos” sem o apoio do clã Bolsonaro.
Carlos ressaltou que, apesar de Tarcísio ter se tornado governador de São Paulo, o mérito não foi exclusivamente dele. “Com todo respeito ao governador, ele faz parte de tudo que está acontecendo, mas dizer que foi mérito só dele, pelo amor de Deus”, alfinetou Carlos, reforçando o papel de Jair Bolsonaro no sucesso eleitoral de Tarcísio.
Em um tom mais pragmático, Carlos, conhecido por suas posturas extremas, surpreendeu ao adotar um discurso mais conciliador, parecido com o dos políticos do Centrão, ao defender diálogo com outros grupos políticos para crescer dentro da democracia. “Prefiro crescer e ocupar espaço conversando com pessoas que às vezes a gente não gosta, mas que são necessárias”, disse, numa fala que se distancia de sua tradicional retórica beligerante.
Apesar de sua mudança de postura, Carlos não deixou de criticar Pablo Marçal, chamando-o de alguém que “vive de factoides” e sugerindo que a briga entre eles ocorreu porque Marçal buscava apenas destruir, sem foco em construir algo positivo. No entanto, Carlos deixou em aberto a possibilidade de reaproximação no futuro, caso Marçal amadureça.
No final, Carlos reconheceu que sua mudança de discurso pode desagradar parte da base bolsonarista, mas afirmou que é necessário ceder para não ficar isolado politicamente. “Se você quer ocupar espaço, tem que ceder algumas coisas. Não adianta preferir perder de pé do que ganhar de quatro. É preciso jogar o jogo”, concluiu.
Com informações da Fórum
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