Bia Kicis apoia projeto que pode liberar no Brasil opioides que mataram milhares nos EUA

Portal Plantão Brasil
17/9/2024 16:02

Bia Kicis apoia projeto que pode liberar no Brasil opioides que mataram milhares nos EUA

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A deputada federal Bia Kicis (PL) apresentou um projeto de lei que pode favorecer a maior circulação de opioides no Brasil, alinhando-se ao lobby farmacêutico. A proposta, que foi trazida ao conhecimento da parlamentar pelo anestesiologista Carlos Marcelo de Barros, presidente da Sociedade Brasileira de Estudos da Dor, tem gerado preocupações entre especialistas de saúde pública. Nos Estados Unidos, esses medicamentos são responsáveis por mais de 100 mil mortes anuais por overdose, segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC).

O projeto de lei nº 336/2024, atualmente parado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, propõe a inclusão da disciplina de dor nas faculdades de medicina, a criação do Dia Nacional de Conscientização e Enfrentamento da Dor Crônica e a garantia de atendimento integral no Sistema Único de Saúde (SUS) para pacientes com dor crônica. No entanto, especialistas alertam que isso pode abrir espaço para o aumento da prescrição de opioides, drogas altamente viciantes que já causaram uma das maiores crises de saúde pública nos EUA.

Bia Kicis admite os riscos, mas defende o projeto como uma medida necessária para aliviar o sofrimento das pessoas com dor crônica. Ela afirmou ao Metrópoles: “Eu sei dos perigos, mas não podemos deixar as pessoas sofrendo. A proposta está na CCJ para maior discussão.” Kicis também alegou desconhecer a ligação de Barros com a farmacêutica Mundipharma, minimizando o fato ao dizer que isso “não tem nada a ver” com o projeto.

Carlos Marcelo de Barros defende o uso de opioides para pacientes com dor crônica não oncológica, mas destaca a necessidade de um controle rigoroso pela Anvisa. Ele também ressalta a importância de capacitar médicos para lidar com o uso abusivo dessas substâncias, visando evitar uma crise semelhante à que ocorreu nos Estados Unidos.

Nos EUA, a crise dos opioides começou nos anos 1990, quando a Purdue Pharma passou a comercializar de forma agressiva o OxyContin, um analgésico de liberação controlada, alegando ser seguro e de baixo risco de dependência. Isso levou a uma epidemia de vícios e milhares de mortes. No Brasil, a Mundipharma comercializa o Targin, um medicamento similar. Embora a empresa alegue que seus produtos têm uma formulação que dificulta o abuso, especialistas alertam que o controle atual é insuficiente.

A psiquiatra Mariana Campello, do Hospital das Clínicas da USP, aponta que mesmo os medicamentos de liberação controlada, como o Targin, podem causar dependência. "A oxicodona já é a terceira substância mais presente entre os dependentes atendidos no hospital", destaca. Enquanto isso, a Mundipharma nega que seus produtos sejam um fator significativo no abuso de opioides no Brasil.

Com informações da Fórum

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