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O ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo de Jair Bolsonaro, o delegado Alexandre Ramagem, criou um dossiê secreto para ajudar Flávio Bolsonaro no caso das "rachadinhas". Atualmente deputado federal pelo PL do Rio de Janeiro, Ramagem elaborou o documento um mês antes de ser indicado por Bolsonaro para comandar a Polícia Federal, em abril de 2020.
O novo dossiê, encontrado pela Polícia Federal em formato digital, foi desenvolvido em março de 2020 e atualizado até março de 2021. O documento, intitulado "Bom dia Presidente", reunia informações sobre servidores da Receita Federal que supostamente teriam acessado dados ilegalmente para elaborar o relatório do Coaf, revelando o esquema de corrupção no gabinete de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.
A nomeação de Ramagem para a Polícia Federal foi suspensa pelo Supremo Tribunal Federal (STF), e ele continuou na Abin, onde, junto com Carlos Bolsonaro, teria criado uma agência paralela para investigar desafetos e até aliados do ex-presidente. O dossiê também levantava suspeitas sobre a Operação Armadeira, que prendeu o auditor da Receita Marco Aurélio da Silva Canal, acusando-a de desviar o foco dos servidores que produziram o relatório sobre Flávio Bolsonaro.
Segundo a Polícia Federal, os metadados do arquivo apreendido com Ramagem indicam que ele informava o presidente Bolsonaro sobre os auditores da Receita envolvidos no relatório de inteligência financeira. O documento, sem provas, alegava que a operação foi uma "operação de marketing" de servidores inimigos de Bolsonaro. A Receita abriu uma investigação, mas concluiu que a tese do clã Bolsonaro não tinha fundamento.
Além desse dossiê, a PF encontrou arquivos em que Ramagem criticava o sistema de urnas eletrônicas e listava procuradores considerados inimigos pelo clã Bolsonaro.
Com informações da Fórum
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