26/7/2024 10:00

Facção evangélica usa religião para dominar comunidades no Rio

516 visitas - Fonte: Plantão Brasil

O Complexo de Israel, composto por cinco comunidades no Rio de Janeiro, é controlado por uma "facção evangélica" chamada Tropa do Arão, que utiliza a religião como base para suas atividades criminosas. O nome Complexo de Israel foi escolhido em referência à "terra prometida" na Bíblia, representando a "salvação" para o grupo.

O líder do grupo, Álvaro Malaquias Santa Rosa, conhecido como Arão ou "Peixão", batizou o local e mantém um ar de mistério ao se apresentar como pastor, sem especificar sua denominação religiosa. Considerado foragido da Justiça, Arão utiliza rádio para transmitir orações e compartilhar suas visões e revelações. A pesquisadora Viviane Costa, autora do livro "Traficantes Evangélicos", destacou em entrevista à Ponte que essas práticas são comuns dentro da organização.

A Tropa do Arão começou suas atividades na comunidade Parada de Lucas e expandiu seu controle para Vigário Geral, Cidade Alta, Pica-Pau e Cinco Bocas, formando o Complexo de Israel. Uma das características marcantes da facção é a exigência de conversão e práticas religiosas específicas de seus membros. O grupo adota símbolos religiosos como a estrela de Davi e versículos bíblicos. Na Cidade Alta, há um grande neon com símbolos religiosos e a bandeira de Israel é utilizada para marcar território.

Sob o comando da Tropa do Arão, templos de religiões de matriz africana e igrejas católicas têm sido alvos de ataques, um fenômeno que alguns pesquisadores chamam de "narcopentecostalismo". Os membros da facção se declaram evangélicos e deixam que suas escolhas religiosas influenciem suas atividades criminosas, desempenhando um papel estratégico na disputa por territórios no Rio de Janeiro.

Com informações do DCM

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