19/7/2024 18:29

PF continua sem acesso ao celular do ex-assessor de Bolsonaro, Filipe Martins

356 visitas - Fonte: Plantão Brasil

A Polícia Federal informou ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que ainda não conseguiu extrair dados do celular de Filipe Martins, ex-assessor de Assuntos Internacionais do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Moraes havia solicitado que a corporação comprovasse a “efetiva utilização” do aparelho no final de 2022.

Em ofício encaminhado ao STF nesta quinta-feira, a PF explicou que o telefone apreendido foi entregue bloqueado e sem senha, sendo necessário realizar “novos procedimentos” para acessar seu conteúdo. Martins tenta provar que não viajou a bordo do avião do governo brasileiro, burlando o sistema migratório dos Estados Unidos nesse mesmo período.

Como divulgado pelo O Globo, a operadora de telefonia Tim já forneceu ao ministro a geolocalização do aparelho de Martins, indicando que ele esteve no Paraná e em Brasília. O documento foi anexado ao inquérito em que Martins é investigado. Ele foi preso preventivamente em 8 de fevereiro, durante a Operação Tempus Veritatis, que apura uma suposta organização criminosa que teria tentado manter Bolsonaro no poder por meio de um golpe de Estado.

De acordo com o inquérito, a trama envolvia a entrega de uma minuta golpista e a preparação de um golpe com apoio de militares. A delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, aponta que Martins elaborou uma minuta golpista após o resultado das eleições de 2022, que previa a prisão de Moraes e uma intervenção no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A PF levantou informações de que Martins esteve no Alvorada em diversas datas entre novembro e dezembro de 2022.

No pedido de prisão encaminhado pela PF a Moraes, os investigadores destacam que Martins viajou “sem realizar o procedimento de saída com o passaporte em território nacional" para "se furtar da aplicação da lei penal". Desde sua prisão, Martins nega ter deixado o Brasil e ter atuado para elaborar uma minuta golpista, apresentando faturas de cartão de crédito com despesas no Brasil, além de passaporte e certidões do órgão de segurança nas fronteiras americanas.

No mês passado, ele apresentou novas certidões contestando um comprovante obtido pela PF junto ao site do U.S. Customs and Border Protection (CBP), que atesta sua entrada em Orlando em 30 de dezembro de 2022. A defesa de Martins criticou a PF por se basear em um “rascunho de suposta lista” de passageiros, encontrada nos aparelhos eletrônicos de Mauro Cid, e não em documentos oficiais.

Com informações de O Globo

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