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Uma denúncia do jornal Página12, um dos principais veículos da Argentina, revelou que o governo de Javier Milei, por meio da vice-presidenta Victoria Villaruel, ofereceu à senadora Lucila Crexell o cargo de embaixadora da Argentina na UNESCO em troca de um voto favorável à chamada "Ley Bases". O posto na UNESCO tem um salário mensal de US$ 15 mil (cerca de R$ 80 mil), ou R$ 960 mil por ano. Em meio à inflação argentina, isso representa um vencimento milionário em moeda forte, o que parece um excelente negócio.
Segundo o Página12, Lucila teria exigido essa nomeação como condição para votar a favor do projeto ambicioso de Milei, que enfrenta forte oposição no Senado. Conforme relatado pelo diário oficial da Casa Rosada, a indicação já está oficializada. O governo de Javier Milei negou as acusações e afirmou que a senadora de Neuquen foi escolhida para o cargo devido à sua competência.
O problema da "Ley Bases"
Milei tem enfrentado dificuldades políticas e pode ficar sem governabilidade até as próximas eleições. Após mais de seis meses de governo, Javier Milei não conseguiu aprovar nenhuma legislação significativa, incluindo sua famosa "Ley Bases". O projeto original, com 664 artigos, foi completamente desidratado na Câmara e rejeitado no Senado no início do ano. Milei teve que reduzir o projeto para 232 artigos para conseguir aprovação na Câmara dos Deputados.
Agora, ele precisa negociar com os senadores. O salário milionário na UNESCO é uma forma de tentar convencer uma senadora a apoiá-lo. O peronismo de esquerda domina o Senado e fará forte oposição. Villaruel está lutando para negociar e terá que conceder cargos, adotando a política conciliadora que sempre negou em seu governo. Organizações sociais, de esquerda e sindicatos se opõem à lei e anunciaram protestos nas ruas, o que aumenta a pressão e as dificuldades para sua aprovação definitiva.
Com informações d
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