14/11/2023 19:30

Starbucks, flagrada usando trabalho infantil e escravo em fazenda de café certificada em MG

959 visitas - Fonte: Plantão Brasil

A Starbucks, a maior rede de cafeterias do mundo, presente em 83 países com 35 mil lojas, enfrenta sérias acusações de violações trabalhistas e de direitos humanos em suas cadeias de fornecimento. Estes problemas incluem baixos salários, alojamentos inadequados, insegurança laboral, trabalho infantil e até trabalho escravo.

Um relatório intitulado "Por trás do café da Starbucks", publicado pela Repórter Brasil, expõe que várias fazendas de café em Minas Gerais, certificadas pelo programa C.A.F.E. Practices da Starbucks, foram flagradas pelo Ministério do Trabalho e Emprego cometendo violações trabalhistas. Este fato ressalta as falhas do mercado certificador e a ineficácia dos controles da Starbucks, uma multinacional americana.

O coordenador da Articulação dos Empregados Rurais do Estado de Minas Gerais (Adere), Jorge Ferreira dos Santos Filho, critica a falta de transparência e eficácia do modelo de certificação, citando casos anuais de fazendas certificadas com trabalhadores em condições precárias.

Além da Starbucks, outras grandes empresas, como Nestlé e McDonald’s, também enfrentam problemas semelhantes em suas cadeias de fornecimento. Em 2022, o cultivo de café foi um dos cinco setores com maior volume de denúncias de exploração de trabalhadores no Brasil, com 159 trabalhadores resgatados de condições análogas à escravidão.

Um dos casos mais alarmantes foi na Fazenda Mesas, em Campos Altos, onde 17 trabalhadores, incluindo um adolescente de 15 anos, foram resgatados. As condições de trabalho eram extremamente precárias, sem ferramentas básicas, alojamentos inadequados e sem acesso a necessidades básicas como banheiros.

A Starbucks e a Rainforest Alliance, responsáveis pela certificação das fazendas, não forneceram explicações satisfatórias sobre as violações. Em outro caso, na Fazenda Cedro-Chapadão, um adolescente foi resgatado de condições análogas à escravidão, revelando a recorrência dessas práticas desumanas.

Estes casos são apenas a ponta do iceberg de um problema maior no setor de café, que, apesar de ser um dos principais produtos de exportação do Brasil, continua a explorar trabalhadores vulneráveis. A Starbucks, com lucros bilionários, e outras grandes corporações têm a responsabilidade e os recursos para garantir condições dignas de trabalho, mas falham em fazê-lo.

*Com informações do UOL

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