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Israel ordena que 1,1 milhão de moradores da região norte de Gaza se movam para o sul em apenas 24 horas, diante da iminente chegada de seu exército.
Transferir tantas pessoas em tão pouco tempo se assemelha a um manejo desumano, como se estivessem levando animais para o abate. O resultado disso é o caos, a dor e prováveis mortes, independentemente da decisão dos habitantes de fugir ou enfrentar a invasão.
Há quem diga que o deslocamento seria equivalente a ir do centro de São Paulo até o Alphaville. Porém, tal comparação é insensível e ignora as dificuldades reais que os palestinos enfrentam.
Para além da falta de lógica em mover 1,1 milhão de pessoas - incluindo os mais vulneráveis - em um dia, a situação se agrava com a escassez de recursos básicos em Gaza, como água e comida. Sem garantias de um corredor humanitário pelo Egito ou trégua de Israel, as Nações Unidas alertam para "consequências humanitárias devastadoras".
E, como se não fosse o suficiente, o Hamas instrui os moradores a permanecerem em suas casas, usando-os como escudos humanos. Enquanto isso, Israel, que se diz um Estado democrático, parece mais empenhado em punir a população civil de Gaza do que em combater o Hamas. Relatos da Human Rights Watch apontam que Israel está usando fósforo branco, que provoca lesões terríveis, atingindo inclusive áreas civis.
O silêncio da comunidade internacional diante desses crimes de guerra é ensurdecedor. Se fosse um rebanho de gado sendo deslocado de forma tão abrupta, talvez houvesse mais reações. Mas, aparentemente, a vida dos palestinos não vale tanto aos olhos do mundo.
Veja o apelo do Médico sem fronteiras:
??Médicos Sem Fronterias condena da maneira mais veemente possível o ultimato de Israel para que civis saiam do norte de #Gaza em menos de 24 horas. pic.twitter.com/HYGd7vFhbG
— MédicosSemFronteiras (@MSF_brasil) October 13, 2023