1279 visitas - Fonte: Folha de São Paulo
O presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ministro Edson Fachin, decidiu excluir do grupo de militares que participa da fiscalização das eleições o coronel Ricardo Sant’Anna.
Em ofício enviado nesta segunda-feira (8) ao ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, Fachin afirma que o militar divulgou nas redes sociais "informações falsas a fim de desacreditar o sistema eleitoral brasileiro".
"Conforme apuração da imprensa, mensagens compartilhadas pelo coronel foram rotuladas como falsas e se prestaram a fazer militância contra as mesmas urnas eletrônicas que, na qualidade de técnico, este solicitou credenciamento junto ao TSE para fiscalizar", escreveu o presidente do tribunal.
O ofício também é assinado pelo ministro Alexandre de Moraes, que assume o comando do TSE no próximo dia 16.
As mensagens de Sant’Anna contra as urnas foram divulgadas pelo portal Metrópoles. Segundo a publicação, um vídeo divulgado pelo militar comparava o voto à compra de bilhete de loteria.
O coronel também compartilhou texto do deputado Filipe Barros (PL-PR) com críticas às missões de observação eleitoral. "Vão observar o quê, se nem o eleitor tem direito de observar se seu voto foi registrado, apurado e totalizado corretamente", questiona Barros, na imagem publicada por Sant’Anna.
O perfil do militar foi apagado das redes sociais, segundo o ofício do TSE.
No documento, Fachin comunicou o ministro da Defesa sobre o descredenciamento do militar da equipe de fiscalização das eleições das Forças Armadas. O presidente do tribunal também afirma que outro nome "habilitado para as funções" pode ser indicado para integrar o grupo de fiscalização.
Procurada, a Defesa ainda não se manifestou sobre a decisão de Fachin.
A Folha apurou que as postagens de Sant’Anna geraram desconforto na Defesa. Militares com conhecimento do assunto afirmam, sob reserva, que o coronel já seria substituído do grupo de fiscalização. O Exército ainda não definiu um nome para a função.
Interlocutores do ministro Paulo Sérgio dizem que a forma como o TSE descredenciou Sant’Anna não foi amistosa e tensiona ainda mais o ambiente. O fato de Alexandre de Moraes também assinar o documento foi recebido com receio pelos militares, já que a Defesa espera melhor interlocução com o próximo presidente do tribunal.
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