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Num duro recado ao seu próprio partido, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) garantiu que vai até o fim nos esforços para convencer o MDB a enterrar de vez a candidatura da colega Simone Tebet (MDB-MT) ao Palácio do Planalto. Entrevistado desta semana do Amarelas On Air, programa de entrevistas de VEJA, Renan disse que considera insano o plano de lançar um nome próprio na disputa. Segundo ele, o MDB corre o risco de sair ainda menor das urnas em outubro.
Renan conversou com o Amarelas On Air logo antes de se reunir na tarde desta quarta-feira com o ex-presidente Michel Temer, para discutir o rumo do MDB na corrida presidencial. O senador afirmou que, caso insista numa candidatura com baixo desempenho nas pesquisas, o partido vai repetir o que ocorreu em 2018, quando o ex-ministro Henrique Meirelles encerrou a corrida ao Palácio do Planalto com apenas pouco mais de 1% das intenções de voto.
“É uma insanidade você querer, num quadro de polarização desses, manter uma candidatura com 1% dos votos, repetindo o que aconteceu com a candidatura do (Henrique) Meirelles. Repetir o que aconteceu com Meirelles deixa a gente, assim, meio reles”, disse.
Renan reiterou a preferência pelo apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas admitiu que o MDB poderia, ao menos, optar por não ter candidato e liberar palanques estaduais. Sobre seu apoio a Lula, ele reiterou as críticas ao presidente Jair Bolsonaro e disse que é hora de PT e MDB superarem as mágoas deixadas pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.
Questionado sobre o fato de o ex-presidente Lula ter levantado mais uma vez a tese de “golpe”, em entrevista à revista Time, Renan engatou: “Eu acho que isso tudo deve ficar para trás. É preciso discutir o Brasil. Esta é uma eleição muito significativa. Talvez a mais importante eleição de toda a história do País”. Segundo ele, não se trata apenas de escolher entre programas de governo. “Esta eleição vai colocar de um lado o bem e do outro lado o mal. De um lado a luz, do outro a escuridão”, emendou.
Renan defendeu que Lula busque todos os apoios possíveis para ampliar o leque de alianças e derrotar o presidente Jair Bolsonaro. Ele propôs até mesmo um esforço para atrair nomes como Ciro Gomes (PDT) e João Doria (PSDB), apesar das divergências desses candidatos em relação a Lula.
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