813 visitas - Fonte: Opera Mundi
No programa 20 MINUTOS ENTREVISTA desta segunda-feira (04/04), o jornalista Breno Altman entrevistou a bailarina, apresentadora de tv e radialista russo-ucraniana Lola Melnyck. Nascida em Odessa, na Ucrânia, quando o país ainda era território soviético, a convidada falou sobre o atual conflito entre seus dois países países. Desde 2009 ela vive em São Paulo, fala português fluentemente e tem protagonizado vários programas de rádio e televisão.
Ela explicou que o cenário atual é resultado do golpe contra o então presidente ucraniano Viktor Yanukovych, em 2014. “As pessoas que não reconheceram o golpe e, depois, a eleição de Volodymyr Zelensky, eram das regiões que se identificavam com a Rússia, como Lugansk e Donetsk. São pessoas que são ucranianas, não negam o idioma ucraniano, mas historicamente falam mais russo e não querem deixar de falar russo. Essas pessoas começaram a ser exterminadas, porque Kiev queria acabar com qualquer coisa que remetesse à Rússia.”
Quem exercia essa repressão eram grupos como o Batalhão Azov, uma organização paramilitar nacionalista de extrema direita ucraniana. Lola relembrou o massacre de Odessa, sua cidade natal, no qual mais de 40 pessoas foram mortas na Casa dos Sindicatos, em maio de 2014. “A gente sabe quem fez aquilo. E nenhum carro de bombeiro ou ambulância chegava, a polícia não vinha. As provas, depois, acabaram sumindo”, denunciou.
Por isso, ela foi taxativa: “O governo de Zelensky é integrado por forças nazistas. Ele tentou humanizar as ações de grupos como o Batalhão Azov, inclusive condecorando os comandantes, porque hoje estão supostamente protegendo o povo ucraniano dos russos, como se estivessem conduzindo ações militares normais”.
Assim, embora não defenda a guerra e ressalte ser contra a invasão da Ucrânia, reforçou que se trata de um conflito cujas raízes tem vários anos, desde que o novo governo ucraniano, resultado do golpe de 2014, decidiu incorporar o país à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), reprimir a minoria russa, dissolver as repúblicas populares do Donbass, no leste do país, e se aliar com os Estados Unidos contra Moscou.
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