O criminalista Augusto Botelho afirma que Lula é inocente e que o ex-juiz Moro deveria estudar a Constituição.

Portal Plantão Brasil
3/2/2022 20:10

O criminalista Augusto Botelho afirma que Lula é inocente e que o ex-juiz Moro deveria estudar a Constituição.

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Em entrevista ao Fórum Onze e Meia desta quinta-feira (03), o advogado criminalista Augusto Botelho foi categórico ao afirma que o ex-presidente Lula é inocente e que o ex-juiz Sergio Moro deveria estudar a Constituição.


“Tem que mandar o Moro ler a Constituição. É um livrinho curto. Fala assim pro Moro, ‘deixa na tua cabeceira e antes de dormir você lê cinco páginas’, aí você vai ver em que em algum momento desse livrinho, que ele nunca deve ter lido, tem um artigo que fala: que é só considerado culpado após o trânsito em julgado da sentença penal condenatória. O Lula não tem uma sentença penal condenatória transitada em julgado. Acabou. Você não tem como falar que o Lula é culpado. Ele é inocente”, afirmou Augusto Botelho.

Botelho também explicou que “não importa se ele foi condenado em Primeira e Segunda instância se a última instância do poder judiciário anulou essas decisões. E assim funciona o sistema judicial”.

“O Lula não tem sequer acusação hoje em dia. A questão não é ‘Lula é inocente’, é mais do que isso, o Lula não tem acusação, não tem uma denúncia criminal hoje em dia em tramitação contra ele. É mais do que não ser culpado, ele não é acusado de crime nenhum. É uma discussão nonsense do ponto de vista jurídico”, critica Botelho.


Moro: juiz medíocre

Durante a entrevista, Augusto Botelho revelou que já atuou em outros processos em que Sergio Moro era o Juiz e lembra que o agora candidato à presidência sempre foi medíocre intelectualmente e judicialmente.

“Eu atuei em processos em que o Moro era juiz desde 2003. Então assim, a incompetência, e eu não estou falando de incompetência processual… a incompetência intelectual jurídica dele sempre aflorou nos despachos. Antes do Moro ser o Moro que a gente conhece, no mundo acadêmico e jurídico ele sempre foi um juiz medíocre. Dentro da ignorância jurídica dele, ele sabe que o que ele está falando (do ex-presidente Lula não ser inocente) é uma imensa besteira. É uma narrativa que, apesar de falaciosa, tem um componente eleitoral”, disse Botelho.

Juiz suspeito

Outra narrativa que o ex-juiz Sergio Moro tem utilizado em sua pré-campanha é a de minimizar o fato de ter sido condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) como juiz suspeito, ou seja, que atuou com parcialidade nos processos contra o ex-presidente Lula. Para Botelho, isso não é detalho, pelo contrário, trata-se de uma condenação gravíssima.

“Quando o Moro fala da decisão do Supremo, que considerou ele suspeito, e ele fala que isso é uma mera formalidade. Que a suspeição de um juiz é um detalhe, uma besteirinha. Vamos pensar o seguinte: qual é a imagem que a gente mais conhece da Justiça? É a balança da Justiça. E como é a balança da Justiça? Ela está com os olhos vendados e o que significa os olhos vendados? Significa justamente a imparcialidade. Ou seja, quando o Supremo fala que o Moro foi suspeito, porque ele foi um juiz parcial, o Supremo está justamente dizendo que aquela venda, que é a expressão mais popular da Justiça, ela estava caída”, explica.


Em seguida, Augusto Botelho explica a gravidade da condenação de Moro e afirma que é de admirar que um ex-juiz, que foi condenado naquilo que é a base da Justiça, apresente propostas de reforma do judiciário.

“É tão grave você ser considerado um juiz suspeito porque ele ficou parcial… e aí você vê um cara que foi juiz federal por tantos anos chamar isso de ‘detalhe, é de uma gravidade para o sistema de Justiça, é de uma gravidade uma pessoa que se diz no direito de concorrer ao cargo de presidência da República, se diz no direito de propor uma reforma do modelo judicial… como uma pessoa se coloca na posição de propor a reforma de um poder judicial e ao mesmo tempo ele vai dizer que a parcialidade ou a imparcialidade de um juiz é um detalhe… isso (imparcialidade) é a essência da Justiça. A essência da Justiça é ela entregar a justiça de forma equilibrada e imparcial, e é justamente o que ele não fez”, afirmou Augusto Botelho.


Confira abaixo a entrevista na íntegra com o advogado criminalista Augusto Botelho:



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