Enquanto Queiroga aumenta número de vacinados, Bolsonaro diminui números da violência

Portal Plantão Brasil
27/12/2021 18:02

Enquanto Queiroga aumenta número de vacinados, Bolsonaro diminui números da violência

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265 visitas - Fonte: Portal Fórum

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, se parece cada vez mais com Jair Bolsonaro (sem partido). Além de endossar o negacionismo do presidente ao retardar a vacinação de crianças no país, o médico, assim como o chefe do Executivo, distorce ou infla dados.



Na manhã desta segunda-feira (27), Queiroga apagou de seu Twitter uma publicação que havia feito no domingo (26) diante da repercussão negativa. Na postagem, o ministro afirmava que vacinou contra a Covid-19 “mais de 315 milhões de pessoas“. Acontece que o Brasil tem 214 milhões de habitantes.

Diante da gafe, ele fez outra postagem, mas não apontou o erro na anterior e nem avisou a seus seguidores que apagou a publicação. Na nova, Queiroga afirma que o governo aplicou “315 milhões de doses de vacina contra a Covid-19 e distribuímos mais de 380 milhões de doses aos Estados e municípios”.

Em uma sequência de postagens para rebater críticas à sua gestão na pandemia, o ministro tentou dar a impressão de que o Brasil é um país dos sonhos no combate à Covid-19. “Controlamos a pandemia da Covid-19 e agora somos considerados um dos melhores do mundo no combate ao novo coronavírus”, escreveu, sem citar que o país, apesar de ter avançado na vacinação, está entre os mais impactados do mundo, com alto número de mortes e infectados, e se tornou vergonha mundial por ter um presidente e um ministro que se colocavam contra medidas de restrição, recomendadas pelos cientistas.



Bolsonaro mente sobre homicídios

O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou em sua conta do Twitter que desde quando assumiu o governo, todos os índices de homicídios, estupros, latrocínios, roubo de veículos e cargas, invasão de fazendas, entre outros, caíram”.

De acordo com Ariel de Castro Alves, advogado especialista em direitos humanos e segurança pública pela PUC- SP e presidente do Grupo Tortura Nunca Mais, isso não passa de mais uma fake news do presidente, “para tentar esconder a incompetência de seu desgoverno”, afirma.

De acordo com o advogado, “as mortes violentas com causas indeterminadas estão aumentando assustadoramente no governo Bolsonaro”. Para ele, isso “demonstra o descaso do governo com os dados da segurança pública, já que os ministérios da Justiça e da Segurança Pública não exigem dados mais precisos e informações completas dos estados”.



Ariel afirma que “as mortes de cidadãos brasileiros são tratadas com negligência. O que se sabe é que são mortes violentas, mas as polícias e os institutos médicos legais sequer esclarecem a causa da morte”. De acordo com o advogado, essa é uma forma dos governos estaduais e do governo Bolsonaro maquiarem e fraudarem os números da violência, para divulgarem uma queda de homicídios inverídica”.

O advogado diz ainda que “o que tem se visto, principalmente nos anos de 2020 e em 2021, é o aumento da violência, incluindo as mortes violentas indeterminadas, os casos de feminicídios (assassinatos de mulheres), e os assassinatos cometidos por policiais nas folgas e em serviço, resultantes também da flexibilização do uso e do porte de armas de fogo promovidas pelo governo”.

Dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública apontam que os feminicídios no primeiro semestre de 2021 aumentaram em 0,5% quando comparados ao mesmo período de 2020. O levantamento divulgado no início de dezembro, também aponta que os casos de estupro voltaram a crescer. No ano passado, o número de denúncias desse crime havia registrado uma queda em relação ao ano anterior.



De acordo com o Fórum, 666 casos de feminicídio ocorreram de janeiro a junho deste ano. No mesmo período, foram registrados 26.709 estupros contra mulheres, contra 24.664 no primeiro semestre de 2020 — o aumento é de 8,3%.

O Anuário Brasileiro de Segurança Pública, também elaborado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública e divulgado em julho deste ano, aponta que foram notificados 50.033 assassinatos no país durante a pandemia de covid-19. Isso equivale a uma morte a cada dez minutos — 4,8% a mais em relação a 2019.

Com isso, a taxa do Brasil chegou a 23,6 homicídios por 100 mil habitantes em 2020, um resultado pior do que no ano anterior — quando foi registrado o menor índice da década (22,7), mas ainda melhor do que nos demais anos desde 2011. Em 2019, o número total de assassinatos havia sido 47.742.

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